PS quer ser ouvido sobre administração da entidade que vai gerir a água na Guarda

O PS da Guarda quer ser ouvido sobre a administração da entidade que vai gerir a água nos concelhos de Celorico da Beira, Guarda, Manteigas e Sabugal, depois de ter reprovado a proposta dos presidentes de câmara.

Os autarcas dos quatro concelhos que criaram em fevereiro o sistema APAL – SIM (Águas Públicas em Altitude – Serviços Intermunicipalizados) para gerir a água nos seus territórios propuseram que o Conselho de Administração fosse presidido pelos presidentes de câmara, em rotatividade, e que incluísse dois vogais executivos, mas a solução foi chumbada na Câmara da Guarda.

Esta manhã, em conferência de imprensa, o presidente da concelhia do PS da Guarda, António Monteirinho, instou o presidente da Câmara Municipal da Guarda a indicar um novo Conselho de Administração depois de ouvir a oposição.

“Estamos disponíveis para discutir o perfil dos administradores, mas não estamos disponíveis para apresentar qualquer proposta nesse sentido. Este processo deve ser conduzido com rigor, transparência e com a participação a oposição”, argumentou o dirigente socialista.

A proposta dos quatro autarcas foi rejeitada na última reunião do executivo municipal da Guarda pelos três vereadores do PSD e pela eleita do PS.

Foi a segunda opção preconizada pelos presidentes de Câmara, dois do PSD e dois eleitos por movimentos independentes, para a administração da nova entidade que vai gerir a água e o saneamento nos quatro concelhos.

A primeira proposta indicava três nomes, com António Fernandes para presidente, mas que pediu para ser afastado do processo depois de alguma controvérsia quando foi conhecida a escolha.

O líder da concelhia socialista defendeu que, tendo em conta a dimensão e o impacto que a empresa vai ter nas populações nos próximos 50 anos, “o executivo camarário deveria ter conversado com a oposição acerca deste assunto, mesmo se tivesse maioria, que não é o caso”.

António Monteirinho considerou que “o presidente da Câmara da Guarda ainda não vestiu o fato de quem governa a autarquia, mas não tem maioria. Assim sendo devia conversar com a oposição para levar os projetos importantes para o desenvolvimento desta cidade a bom porto”.

A concelhia do PS questionou ainda “a alteração estratégica” dos autarcas que inicialmente escolheram três elementos para a administração e que depois decidiram presidir à nova entidade.

“Deixámos de ter a visão da necessidade de todo o Conselho de Administração estar a tempo inteiro e passámos para a possibilidade do presidente ser um presidente de Câmara. Primeiro não tinham tempo, agora já tinham tempo. Estas mudanças levam a oposição a dizer que as coisas têm de ser feitas de maneira diferente. Não podem ser feitas em cima do joelho”, apontou António Monteirinho.

Para o PS a presidência da APAL deve ser assumida por alguém com “um perfil mais técnico do que político” e que tenha conhecimentos na área. António Monteirinho referiu que os dois vogais propostos pelos autarcas teriam “essas condições” e que o PS “não teria grande oposição”.

Com o chumbo da proposta dos autarcas, a APAL é liderada pelo Conselho de Administração que integra os autarcas da Guarda, Celorico da Beira e Sabugal, conforme previsto na sua constituição.

O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, eleito pelo movimento Pela Guarda, disse, na semana passada, que o objetivo dos autarcas era ter um “Conselho de Administração mais qualificado” para que o processo andasse mais depressa.


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