Projeto dos amigos do Parque e Museu Côa dá origem a um Arquivo da Memória

A Associação Amigos do Parque e do Museu do Côa (ACÔA) apresenta, no domingo, um novo espaço cultural designado por Arquivo da Memoria, que nasce com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em declarações à agência Lusa, Alexandra Lima, da ACOA, disse que o projeto nasceu em Vila Nova de Foz Côa, e partiu de uma preocupação inicial: diminuir a solidão dos mais velhos, particularmente dos utentes dos lares, como forma de atenuar com um Arquivo da Memória.

“Dando valor às suas memórias, testemunhos de modos de vida que se alteraram radicalmente nas últimas décadas. Os idosos tornam-se assim fonte de conhecimento. De História. Os mais novos vão aos lares e centros de dia e recolhem os testemunhos dos mais velhos. Contamos assim, novos e velhos, em conjunto, a história recente de realidades distantes”, frisou a dirigente.

Os testemunhos recolhidos através de som e imagem, vídeo e gravação, são registos de testemunhos da tradição oral tais como relatos de vida ou conversas entre duas ou mais pessoas, com diferentes experiências e formações.

Tudo os materiais serão digitalizados: documentos pessoais (cartas, postais, fotografias) que passam a integrar o arquivo de memória. Acondicionamos de forma adequada os originais, para que perdurem, e devolvemos aos proprietários.

“Os registos podem ser recolhidos por todas as pessoas e todas as perspetivas enriquecem o projeto. Profissionais ou amadoras. O projeto é aberto, conta e contará com colaborações muito diversificadas”, especificou.

As novas tecnologias serão outras das ferramentas que serão utilizadas no projeto, já que o PROVERE do COA permitiu alargar o projeto ao Vale do Côa e a aquisição e adaptação de um sistema de gestão da informação criado por uma empresa portuguesa (Sistemas do Futuro), assim como a criação de um site.

“Assim, o Arquivo de Memória a partir de domingo fica online e acessível para todos. O ON2 apoiou igualmente este projeto, estendendo-se ao vale do Douro e neste momento estamos a terminar uma intervenção na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, numa colaboração com a Direção Regional de Cultura do Norte. Pensamos que uma das grandes qualidades deste arquivo é permitir pesquisas na Internet por temas, por pessoas, por lugares, por documentos”, explicou Alexandra Lima.

Os números de documentos começam a ser ” animadores” já que é possível contar com 324 entrevistas, 690 documentos inventariados, 230 horas de entrevista.

Estão ainda envolvidos 10 concelhos abrangidos e 54 freguesias, 10 entrevistadores, 31 colaboradores e 30 parcerias, essencialmente com lares, centros de dia, escolas e autarquias.


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