“Coimbra tem de liderar”, insistiu Álvaro Amaro, que falava ontem, ao final da tarde, em Coimbra, numa sessão sobre “a coesão territorial e a cooperação futura entre as cidades” da região, promovida pela candidatura de Jaime Ramos, pela coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT, à Câmara de Coimbra.
“Podia pôr aqui um cartaz que era ‘liderar a região’”, sugeriu o presidente do município da Guarda ao candidato social-democrata à Câmara de Coimbra, sustentando que a não liderança é “o pecado capital” da cidade e que “as pessoas estão cansadas da falta de liderança de Coimbra”.
O presidente da Câmara da Guarda, que se candidata ao lugar pelo PSD, e preside aos Autarcas Social-Democratas, embora diga que lhe custa, aceita que a sede da região de turismo Centro de Portugal seja em Aveiro, mas “devia chamar-se Coimbra, que é uma marca mais forte que Centro e do que qualquer outra cidade”, à semelhança do que sucede com o Norte, que agrega esta referência ao Porto.
“Há mais-valias em Coimbra que outras cidades não têm”, salientou, considerando que isso não significa que não devam existir “rivalidades saudáveis entre as cidades e os municípios. O diálogo é fundamental” na política, “mas não resolve nada, o que é importante é liderar e este é o pecado capital de Coimbra, que não lidera nada”, defendeu Álvaro Amaro.
O presidente da Câmara em Coimbra “tem de fazer política para além dos seus limites” e promover “parcerias com os municípios vizinhos” a as outras capitais de distrito da região, defendeu, por seu lado, Jaime Ramos.
“Coimbra deve ambicionar um papel mais importante do que a CIM [comunidade intermunicipal] e ser área metropolitana”, advogou Jaime Ramos, referindo que “a lei permite” avançar para essa situação.
“Nós e a Guarda podemos competir”, designadamente para conquistar “aquilo que é mais benéfico” para cada uma das cidades, mas “também podemos cooperar”, disse o candidato social-democrata à Câmara de Coimbra, afirmando que lhe custa ver “Coimbra isolada dos municípios vizinhos” e das outros centro da região.
Jaime Ramos aponta ligações rodoviárias como a conclusão do IC6 (entre Tábua e Oliveira do Hospital) e a construção do IC7 (Oliveira do Hospital – Celorico da Beira), a remodelação da via ferroviária da Beira Alta, o Centro de Estudos Ibéricos (criado para “ligar Guarda, Coimbra e Salamanca”) e a valorização do rio Mondego como projetos fundamentais para Coimbra e Guarda e para a região e em relação aos quais as duas cidades devem cooperar, designadamente pressionando o poder central para sejam executados, concluídos e/ou dinamizados.
“Temos bandeiras que permitem que a região Centro se afirme” e crie “economia para fixar jovens” e “para que Lisboa não continue a crescer à custa [do resto] do país”, concluiu Jaime Ramos.