Preços dos combustíveis regressam às subidas a partir desta semana

Depois de um verão com os valores da gasolina e do gasóleo a descerem todas as semanas, prevê-se novo aumento a partir de hoje.

Depois de várias semanas em queda, os preços dos combustíveis voltam a subir nesta semana. Com o aumento da cotação do Brent – valor de referência para Portugal – em 19,6%, ficando outra vez acima dos 50 dólares, o preço da gasolina deverá subir dois cêntimos por litro, enquanto o gasóleo poderá aumentar quatro a cinco cêntimos.

O preço médio da gasolina na última semana era de 1,458 euros, enquanto o gasóleo rondava 1,161 euros. Mas, na última sexta-feira, era possível abastecer de gasóleo abaixo de um euro. No Intermarché de Miranda do Corvo, no Pingo Doce de Tondela, e no de Fafe, e no Intermarché de Arganil.

E assim se anuncia o fim de um verão marcado pela baixa dos combustíveis. O ciclo de descidas tornou-se uma constante a partir da semana de 6 de julho, para o gasóleo, e desde 17 de julho para a gasolina, de acordo com os dados da Direção-Geral de Energia. Esta queda de preços era explicada com a crise da China, dado o recuo da atividade industrial deste país, o maior consumidor mundial de energia. O petróleo chegou a valer 42,23 dólares em Londres e 37,75 dólares em Nova Iorque, preços que não se registavam desde 2009. Agora, os bons resultados dos EUA e a posição do Banco Central Europeu ditaram a subida do crude, que é seguida pelo aumento do preço dos combustíveis, estes mais sobrecarregados com a desvalorização do euro face ao dólar.

Combustíveis a subir no semestre

Falta saber se no resto de ano os combustíveis vão subir, tal como aconteceu no primeiro semestre do ano. Em dezembro de 2014, o preço dos combustíveis desceu tanto que, em algumas bombas, quem atestasse o depósito do carro com gasóleo conseguiria pagar um euro por litro. Mas as petrolíferas avisaram que, com o aumento dos impostos associados aos combustíveis e à fiscalidade verde, a época de saldos seria de pouca dura.

Dito e feito: os preços médios dos combustíveis subiram todos os meses e, entre janeiro e junho, o preço da gasolina aumentou 16% e o do gasóleo subiu 10%. A culpa, dizem as petrolíferas, é dos custos que têm de suportar.

Os dados, divulgados na passada semana, são da Direção-Geral de Energia. Em janeiro, o preço médio de gasolina 95 era de 1,310 euros. O montante foi escalando e, em junho, já era de 1,528 euros. Já o gasóleo passou, neste período, de 1,135 euros para 1,250. Ao mesmo tempo, os preços sem taxas – a parte que, ainda que não integralmente, reverte para os lucros das petrolíferas – aumentaram, mas a um ritmo muito mais acelerado.

Sem contar com impostos, o preço da gasolina era de 0,446 euros em janeiro, passando para 0,623 euros em junho, mais 39%. O preço sem taxas do gasóleo, por seu lado, aumentou 17%. Quer isto dizer que, ao contrário do que era defendido pelas petrolíferas em dezembro, a carga fiscal (IVA a 23%, imposto sobre produtos petrolíferos que inclui contribuição de serviço rodoviário e a taxa de carbono) diminuiu. Se, no início do ano, o peso das taxas sobre o preço final da gasolina era de 66%, no final do primeiro semestre era de 59%.

 


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