População de cegonhas-brancas duplicou nos últimos 10 anos no distrito de Castelo Branco

A população de cegonhas-brancas no distrito de Castelo Branco quase duplicou nos últimos 10 anos, segundo os dados obtidos pela associação ambientalista Quercus, no 6.º censo nacional de 2014.

“Numa primeira análise, a população de cegonha-branca, em algumas áreas [do distrito de Castelo Branco], quase duplicou, e, em outras, os valores até são superiores”, disse hoje o responsável pelo núcleo da Quercus de Castelo Branco. Samuel Infante explicou que apesar desta evolução positiva registada no censo da cegonha-branca 2014, em oito concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Covilhã, Proença-a-Nova, Penamacor, Sertã, Idanha-a-Nova, Fundão e Vila Velha de Ródão), “continua a assistir-se em algumas áreas onde [a cegonha] nidificava o seu desaparecimento”. Apesar de esta análise ser ainda preliminar, visto que a Quercus irá proceder a “uma análise mais detalhada e pormenorizada dos dados”, Samuel Infante mostra-se satisfeito com a evolução verificada ao longo dos últimos 10 anos, data em que se efetuou o último senso nacional da cegonha-branca. Para esta evolução positiva na população de cegonhas, o responsável da Quercus aponta alguns fatores, sobretudo relacionados com o aumento de apoios e uma maior sensibilização. Samuel Infante recordou que a espécie “esteve ameaçada nas décadas de 1970 e de 1980”, mas que, a partir daí, “tem aumentado progressivamente a população” na região de Castelo Branco e no país, de uma forma geral. No censo de 2014, que terminou no final da passada semana, a associação ambientalista registou nos oito concelhos do distrito de Castelo Branco a existência de 591 ninhos, dos quais 562 encontram-se ocupados e 29 vazios. Em 2004, data do último recenseamento da espécie, havia 359 ninhos, sendo que 334 estavam ocupados e 25 vazios. O responsável do núcleo da Quercus de Castelo Branco alerta, no entanto, que se continua a assistir à morte de algumas aves por eletrocussão e por colisão em parque eólicos, além das que morrem durante o período de migração. Samuel Infante explicou ainda que após uma análise mais detalhada dos dados será recolhida muita informação que pode ajudar futuramente a espécie. O 6.º censo nacional de cegonha-branca decorreu em todo o país, sendo que a prospeção de ninhos no terreno decorreu entre o início de março e o final de junho de 2014. Dentro deste período, procurou-se obter informação sobre todos os ninhos de cegonha-branca existentes em Portugal. Para o efeito, toda a área favorável à ocorrência da espécie, em território nacional, foi prospetada por equipas coordenadas por cada um dos parceiros do projeto. À semelhança do censo anterior, efetuado em 2004, não se procuraram obter valores relativos à produtividade dos casais nidificantes. Em 2014, estes valores foram considerados apenas para áreas de amostragem (cerca de 10 áreas), definidas previamente pela equipa coordenadora.


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