Pais manifestam-se na Guarda contra manutenção de turma de alunos de vários anos

Cerca de duas dezenas de pais concentraram-se hoje à tarde em frente ao Centro Escolar da Sequeira, na Guarda, para protestarem contra a manutenção de uma turma mista de alunos de anos diferentes.

Segundo Luís Baptista Martins, porta-voz dos pais e encarregados de educação, aquele estabelecimento de ensino possui uma turma que tem 26 alunos de dois anos do ensino básico, situação que está a gerar descontentamento. “Queremos que a turma 2.º B deixe de ter alunos do 2.º e do 1.º anos e que sejam criadas turmas novas com alunos do 1.º e do 2.º ano, porque não faz sentido que, num grande Centro Escolar como este, onde há salas vazias e professores disponíveis, tenhamos os alunos todos misturados”, disse o responsável à agência Lusa. Luís Baptista Martins denunciou que, devido à situação, os pais de três alunos do 1.º ano “retiraram-nos [do Centro Escolar da Sequeira] e levaram-nos para o Outeiro de São Miguel [Escola Regional Dr. José Dinis da Fonseca]”. No decorrer do protesto circulou um abaixo-assinado que será entregue à direção do Centro Escolar e ao Agrupamento de Escolas onde está inserido. O porta-voz dos pais e encarregados de educação lembrou que a Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE) do Centro já tem conhecimento do problema. “Foi-nos dito que iria estudar o assunto e ver a melhor solução, que numa primeira fase passaria pela colocação de um professor auxiliar. É uma solução provisória e nós queremos uma solução definitiva, com turmas separadas”, disse. Sofia Monteiro, do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), que participou no protesto, disse à Lusa que o que se passa com aquela turma do Centro Escolar da Sequeira “é mais um absurdo do ponto de vista pedagógico”. “Este tipo de situações tem sido recorrentes desde que começaram os encerramentos das escolas. As crianças são retiradas das aldeias e colocadas em turmas com vários anos de escolaridade”, denunciou. A dirigente do SPRC considera que, neste caso, “não se justifica que havendo salas e professores o Ministério da Educação não permita que sejam desdobradas turmas e só com um ano de escolaridade”. Referiu ainda que o sindicato compreende a indignação dos pais das crianças, uma vez que “estão em causa as condições de aprendizagem dos seus filhos”.


Conteúdo Recomendado