No âmbito dos dados que divulga no relatório “Observatório de Insolvências, Novas Constituições e Créditos Vencidos”, a empresa fornecedora de serviços de gestão de risco no setor empresarial apurou que, no primeiro trimestre de 2015, foram criadas 5,32 empresas por cada empresa insolvente, um rácio superior ao registado em 2014 (4,99).
“A dinâmica de criação de empresas acelerou no primeiro trimestre deste ano”, constata a Ignios, destacando que foram criadas nos primeiros três meses deste ano mais 1.227 empresas comparativamente a idêntico período do ano passado.
No primeiro trimestre deste ano, 40,1% do total das empresas criadas em Portugal pertenciam ao setor de “Outros Serviços”.
Já as empresas do setor de “Comércio a Retalho” correspondiam a 13,3% do total e a “Hotelaria e Restauração” a 11,1%.
Em termos geográficos, os distritos de Lisboa e Porto continuam a ser os preferidos para o nascimento de empresas, concentrando no trimestre, respetivamente, 27,5% e 18,6% do total das constituições.
Braga surge com 8,5%, Setúbal com 6,6% e Aveiro com 6,5%, completando o “Top 5” dos distritos mais dinâmicos na constituição de empresas nos três primeiros meses deste ano.
O presidente executivo da Ignios, António Monteiro, explicou no comunicado que, “quase um ano passado sobre o fim do resgate financeiro, a dinâmica de crescimento económico mantém-se nas empresas e empresários portugueses, sustentada nas perspetivas positivas percecionadas para a economia portuguesa”.
O número de insolvências, por sua vez, cresceu 4,9% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo de 2014.
Nos primeiros três meses deste ano, observaram-se 2.189 empresas insolventes em Portugal, quando em igual período de 2014 esse número era de 2.086.
O número de insolvências cresceu, sobretudo, devido ao aumento no número de processos em que são os credores a solicitar a insolvência (mais 10,2%, para 736) e nas declarações finais de insolvência (isto é, já concluídas), estas últimas a concentrar 826 processos (mais 8,4% do que no primeiro trimestre de 2014).
As insolvências apresentadas pela própria empresa recuaram 2% para os 600 processos, e os planos de insolvência desceram 38,6%, embora mantenham um “peso muito residual” (27 processos) no total das insolvências.
Os distritos de Lisboa com 21,6%, Porto 19% e Braga 15,1% concentram o maior número de insolvências, enquanto nos setores económicos lideram as empresas de “Outros Serviços” com 18,6%, “Construção” (17,8%), o “Comércio a Retalho” (14,6%) e o “Comércio por Grosso” (14,0%).