Nova agência de rating nasce em Hong Kong

A Universal Credit Rating quer criar um novo sistema internacional de notação até 2020.A Universal Credit Rating (UCR) é a nova agência de notação nascida em Hong Kong por iniciativa de três agências de diferentes geografias. O seu objetivo é reformar o atual sistema internacional de rating dominado por três grandes agências – Moody’s, S&P […]

A Universal Credit Rating quer criar um novo sistema internacional de notação até 2020.A Universal Credit Rating (UCR) é a nova agência de notação nascida em Hong Kong por iniciativa de três agências de diferentes geografias. O seu objetivo é reformar o atual sistema internacional de rating dominado por três grandes agências – Moody’s, S&P e Fitch – muito “chamuscado” pela atuação dessas agências durante a “bolha” financeira dos anos 2000. A UCR pretende criar um novo enquadramento universal de avaliação do rating que estabeleça um novo sistema em 2020 e que permita fornecer informação sobre risco de crédito a todas as economias do mundo em 2025. Sintomaticamente, o prémio Nobel de Economia Robert Mundell falou do “fiasco do rating” no evento de lançamento da nova agência em Hong Kong na semana passada. A UCR é uma iniciativa plurinacional tendo como acionistas a Dagong Global Credit Rating, considerada ligada ao governo chinês, a RusRating, criada pelo britânico Richard Hainsworth e sediada na Rússia, e a Egan-Jones Ratings, norte-americana, conhecida pela sua reputação como agência independente, cujos serviços são pagos pelos investidores e não pelos avaliados.
O presidente da nova agência é o chinês Guan Jianzhong, presidente da Dagong, que falou da necessidade de “inserir um novo modo de pensar” no sistema de notações de crédito. “Os analistas olham para esta nova entidade com interesse. Embora saibam que a sua credibilidade é algo a construir no médio e longo prazo, o facto de ela própria se estabelecer um objetivo num horizonte tão longínquo é positivo e demonstra que está cá para ficar”, comenta hoje Enrique Martínez Galán, no blogue “O Retorno da Ásia”. Galán é o representante de Portugal no Conselho de Administração do Banco Asiático de Desenvolvimento e é quadro do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças de Portugal. A criação desta nova entidade de rating contrasta com o fracasso da tentativa de criar uma agência europeia. Em abril foi anunciado que haviam falhado as negociações para o financiamento da Agência de Rating Europeia, uma iniciativa da Roland Berger Strategy Consultants GmbH. Há 150 agências de notação de crédito, mas destacam-se cinco. Três delas – conhecidas como as Big Three -, a Moody’s (atualmente um spin-off do grupo Dun & Bradstreet), a Standard & Poor’s (S&P, pertencente ao grupo McGraw Hill) e a Fitch (do grupo francês Fimalac) dominam 95% do mercado. A Moody’s e a S&P terão quotas de mercado de 40% cada uma e a Ficth de 15%. Na hierarquia surgem, depois, a Dominion Bond Rating Service (DBRS), de um grupo canadiano liderado por Walter Schroeder, que alega ter 2,5% do mercado, e a Egan-Jones, norte-americana, uma das fundadoras da iniciativa agora divulgada. A Egan-Jones foi a primeira agência a cortar o rating de triplo A aos EUA em 2011.


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