“Em 2023 tivemos 116 mil visitantes, este ano registamos um aumento de 7,5%. E dado o número de reservas até ao final do ano, prevemos chegar às cerca de 125 mil visitas ao Museu do Côa e ao parque arqueológico”, em Foz Côa, disse a presidente da fundação, Aida Carvalho.
O Parque Arqueológicos do Vale do Côa (PAVC), por razões de salvaguarda e conservação do ‘santuário’ de arte rupestre, está limitado a um máximo 15 mil visitantes por ano. Isto faz com que seja no Museu do Côa que haja “espaço para crescer em escala e em número” de visitantes, vincou Aida Carvalho à Lusa.
A Fundação Côa Parque apostou assim, nos últimos anos, em mostras temporárias que têm vindo a mobilizar público, e que em 2025 terão continuidade com “uma grande exposição” dedicada a Nadir Afonso e Amadeo de Souza-Cardoso, prevista para o segundo semestre.
Desde 2022, exposições como “Mapas da Terra e do Tempo”, de Graça Morais, e “Paula Rego – Rutura e Continuidade”, que atingiu o número recorde de 60 mil visitantes em oito meses, têm vindo a mobilizar cada vez mais público para o Museu do Côa, num programa expositivo que contou ainda com “Um Raio Contornando a Poeira”, de Rui Horta Pereira, e em que se destacaram coletivas como “Faca na Pedra Olho Solar”, “Formas Feitas de Nevoeiro Vivo” e “Dark Safari”, dedicada à Coleção de Arte Contemporânea do Estado.
Aida Carvalho destacou ainda as novas descobertas de pinturas pós paleolítico, que veio provar a continuidade da ocupação humana deste território, desde o neolítico, ao longo de mais de 30 mil anos, e que também tem atraído “muitos visitantes”.
“Esta variedade de oferta e as novas descobertas que contêm pinturas fez com que o Museu do Côa e o parque arqueológico tivessem registado uma afluência recorde de visitantes e investigadores. Outras das notas verificadas é que a revisitação a estes dois equipamentos foi igualmente reforçada”, indicou Aida Carvalho.
Para 2025 Aida Carvalho perspetiva um “ano muito promissor”, com uma programação que não só vai incluir Nadir Afonso e Amadeo de Souza-Cardozo, mas também criar residências artísticas, com a finalidade de manter artistas no território e de promover o seu envolvimento com o ecossistema e toda a arte existente.
“Esta é uma forma de colocar na agenda internacional todas as atividades desenvolvidas em torno do Museu do Côa”, frisou Aida Carvalho.
A investigação no Vale do Côa, com 30 bolsas de estudo em ambiente não académico, também vai prosseguir, esperando-se resultados em 2025.
O Museu do Côa, aberto ao público desde julho de 2010, “constitui-se como o portal que permitirá aos visitantes começar a descobrir a arte rupestre dos vales do Côa e do Douro”, abrindo uma perspetiva da relação da humanidade com a natureza e a emergência da expressão artística, desde há mais de 30 mil anos, como se lê no seu ‘site’.
O equipamento tem três salas de contextualização e introdução à temática expositiva e quatro salas onde é apresentado o tratamento monográfico da arte rupestre do Vale do Côa. As exposições temporárias, sempre dedicadas a expressões modernas ou contemporâneas, oferecem um contraponto à mostra permanente.
O Museu é também um centro de acolhimento para investigadores, detém a maior biblioteca nacional dedicada à arte rupestre, e os seus Serviços Educativos são pensados quer para o público escolar quer para o público em geral.
O PAVC detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30 mil anos, o que faz deste local a maior galeria do mundo de arte do Paleolítico Superior, agora complementada com manifestações posteriores.