Museu do Côa acolhe duas centenas de peças do acervo do pintor Júlio Pomar

A exposição “Incisão no Tempo” inclui um núcleo de gravuras de Júlio Pomar, permitindo estabelecer uma “relação” com as gravuras rupestres do Vale do Côa.

Cerca de duas centenas de peças do acervo do pintor Júlio Pomar podem ser vistas no Museu do Côa (MC) numa exposição inaugurada no sábado e que estará patente naquele espaço até 05 de maio.

A exposição “Incisão no Tempo” inclui um núcleo de gravuras de Júlio Pomar, permitindo estabelecer uma “relação” com as gravuras rupestres do Vale do Côa, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.

“Esta relação pode ser visível num conjunto de gravuras de Júlio Pomar, datadas dos anos 70 do século passado, em que o pintor explora as entradas de touros e campinos, numa figuração de certo modo, semelhante às existentes nas gravuras do Côa”, disse à Lusa, a Curadora da exposição, Sara Antónia Matos.

Ao longo das várias salas do MC estão expostas cerca de 200 peças do Atelier – Museu Júlio Pomar e datadas de diversas fases do percurso do artista plástico e que dão conta dos seus 70 anos de carreira.

“Esta exposição no Museu do Côa é importante e simbólica para nós, já que procurado fazer sair da metrópole, o espólio artístico de Júlio Pomar tentando, assim, descentralizar a sua atividade por outros espaços culturais do país”, adiantou Sara Antónia Matos.

A inauguração da exposição contou com a presença do ministro da Cultura e de outras figuras públicas ligadas ao panorama cultural do país e da região, que se quiserem associar a este monumento, tido como “único” no panorama das atividades recentes do Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa.

“Este é um grande acontecimento para o MC. Neste mesmo espaço vai ficar patente uma exposição de um grande artista português que é transversal às diversas fases da sua obra. Trata-se de uma exposição de um artista contemporâneo, como Júlio Pomar, que se vem instalar junto do apelo e do gesto daquele homem da pré-história que gravou na pedra diversas figuras de animais e objetos “, disse Luís Filipe de Castro Mendes.

Segundo o governante, a exposição “Incisão no Tempo” é um gesto de arte vai ao encontro de outro gesto de arte mais ancestral que ficará patente no Museu do Côa.

Os visitantes do Museu e Parque Arqueológico do Côa têm agora “um novo atrativo”, num espaço cultural que junta a “Arte do Côa~2, com cerca de 30 mil anos de existência, com a “contemporaneidade” e o estilo do pintor Júlio Pomar e que poderá ser visto nos próximos meses.


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