Segundo a Câmara de Gouveia, localizada na Serra da Estrela, no distrito da Guarda, a intervenção realizada na Rota dos Caminhos da Fé incluiu a substituição da sinalética, a marcação dos caminhos e a reestruturação dos panfletos e painéis informativos.
O município, presidido por Luís Tadeu, refere em comunicado enviado hoje à agência Lusa que “replaneou ainda o trajeto do percurso intimamente ligado à religião e à Fé, pelo que a rota foi alterada para agora cruzar a calçada medieval de Aldeias e a fachada barroca da Capela do Santíssimo Sacramento”.
“As intervenções da autarquia preveem o enriquecimento da Rota dos Caminhos da Fé. O percurso vai cruzar com novos pontos de passagem e os caminhantes passam a ter maior facilidade em seguir o caminho indicado pela nova sinalética”, lê-se.
A fonte lembra que “os Caminhos da Fé constituem uma incontornável rota teológica da Beira Alta”, pois ao longo do percurso “contam-se 13 alminhas, 10 capelas, meia dúzia de igrejas, uma ermida e um convento”.
“Ainda assim, estes edifícios religiosos são mais do que suas fachadas, são também as histórias que guardam. Exemplo é a igreja do Convento de Madre Deus, onde viveu uma freira que tinha fama de santa, a Tia Batista, bem como a Capela do Senhor do Calvário, centro religioso onde nasce, em 1838, a ‘Maior Romaria das Beiras’ e que é justamente onde começa e termina esta rota”, acrescenta.
Segundo a autarquia, o itinerário que hoje se pode percorrer para desfrutar de um dia ao ar livre, foi, noutros tempos, “circulado por motivos económicos e agrícolas”.
“Histórias de aparições de Nossa Senhora e promessas por cumprir levariam os devotos a escolher este caminho que, por ser mais curto, era usado como um atalho às promessas feitas em nome da Fé”, explica.
A fonte sublinha que, “para além da religiosidade dos Caminhos da Fé”, a rota “forma uma autêntica varanda para a Beira Alta que se distende diante o horizonte”.
“A Rota dos Caminhos da Fé, ao estar intimamente conectada à religião, afirma-se, assim, pela sua qualidade ambiental e paisagística, mas, em especial, por constituir uma experiência profundamente espiritual numa zona com um passado lendário e místico”, acrescenta, lembrando que leva cerca de cinco horas a percorrer.
O município de Gouveia adianta ainda que a Rota dos Galhardos, na área da freguesia de Folgosinho, com 11 quilómetros de extensão, também foi alvo de intervenção, sobretudo no que concerne à substituição da sinalética, marcação dos caminhos, reestruturação dos panfletos e painéis informativos.
“Enquadrada pela área do Parque Natural da Serra da Estrela e território do Geopark Estrela, a Rota dos Galhardos obtém o seu nome de uma das calçadas romanas mais extensas e melhor conservadas do país, classificada como Imóvel de Interesse Público”, destaca.
