Em comunicado, o MAIS afirma o propósito “de ir até às últimas consequências em face de mais uma decisão penalizadora para o desenvolvimento” daquela região do país, “mais uma vez relegada para segundo plano”. Aquele movimento foi criado para defender a construção dos três Itinerários Complementares (IC) previstos para a zona da Serra da Estrela: IC6/IC7 (Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia, Covilhã) e IC37 (Seia, Nelas, Viseu). Como as obras não constam no conjunto de investimentos prioritários a concretizar nos próximos seis anos, e “dada a gravidade da situação”, os seus elementos anunciam que irão pedir a intervenção do Presidente da República, que dizem ser “profundo conhecedor” da realidade. O porta-voz do MAIS, Mário Jorge Branquinho, disse hoje à agência Lusa que “vai ser pedida uma audiência ao Presidente da República” para abordar “o problema” que preocupa habitantes, autarcas e empresários da região da Serra da Estrela. O movimento mostra-se descontente por o Governo “não incluir a execução de nenhum dos IC da Serra da Estrela” no conjunto de investimentos prioritários, considerando que é dada prioridade a 59 projetos, na sua maioria do setor ferroviário e portuário, que contemplam “sempre as mesmas regiões” e abandonam “as mesmas de sempre”, acentuando nas populações o sentimento de injustiça e de revolta. “Por isso, revoltados, mas não resignados, apelamos às populações, com destaque para empresários e demais atores locais, para que manifestem por todas as formas a sua indignação e protesto, para que não se pense que ‘quem cala, mais uma vez consente'”, lê-se na nota. O MAIS considera que, “depois de esgotadas todas as tentativas de diálogo, é hora de passar a ações concretas”, remetendo para os próximos dias mais esclarecimentos sobre as iniciativas de protesto que irão ser promovidas. “Revoltados mas não resignados, apelamos aos cabeças de lista dos partidos às próximas eleições Europeias, a quem iremos formalizar o desafio, para que venham à região garantir o seu empenhamento, no quadro da União Europeia, no sentido de serem disponibilizados mecanismos financeiros conducentes à concretização destes traçados”, acrescenta o comunicado do MAIS. No Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 3+ divulgado na terça-feira no Portal do Governo, e cujas linhas gerais foram apresentadas na semana passada pelo ministro da Economia, são estabelecidos seis eixos de desenvolvimento prioritários para o período 2014-2020: corredor da fachada atlântica, corredor internacional norte, corredor internacional sul, corredor do Algarve, corredor do interior e transportes públicos de passageiros.