“Vou muito otimista. Todas as empresas onde fomos [ontem] reportaram-nos um aumento da atividade inesperado. Estão a investir, vão continuar a investir”, afirmou Ana Abrunhosa.
A ministra falava à agência Lusa depois de ter visitado a Sociedade Franco Portuguesa de Capacetes (SFP), em Carregal do Sal, no distrito de Viseu, empresa que, sublinhou, “depois da pandemia, sentiu como nunca um aumento da atividade” e cujos responsáveis “já estão a pensar” em expandi-la.
Durante o dia, a governante visitou a IHCARE, em Penela, distrito de Coimbra, uma ‘start-up’ tecnológica da área da saúde e que surgiu da ideia de uma enfermeira para higienização que evite contágios de vírus e bactérias e que se encontra em fase de testes quer em Portugal, quer na Alemanha.
Em Gouveia (distrito da Guarda), a ministra da Coesão Territorial também esteve na IOLine, uma unidade de desenvolvimentos de sistemas de automação empresarial e residencial, que desenvolveu o Mordomus, o sistema de casas inteligentes, domótica, na sua totalidade.
Ana Abrunhosa terminou o dia de visitas a empresas da região Centro, na companhia da presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, na SFPC em Carregal do Sal, na zona industrial de Oliveirinha.
“As empresas que visitámos estão em contraciclo, estão a acrescer em atividade, em encomendas, estão a investir simultaneamente e vou muito otimista esperando que, de facto, para o ano seja cada vez maior o número de empresas que esteja nesta situação”, assumiu a ministra.
Ainda assim, Ana Abrunhosa reconheceu que “há muitas empresas em dificuldades, mas há a expectativa de para o ano recomeçar a atividade económica com o aumento da imunidade e, com isso, a situação económica comece a retomar”.
Contrariamente àquelas duas primeiras empresas, que “receberam apoio, dentro das medidas lançadas pelo Governo para apoiar as empresas no âmbito da pandemia”, a SFPC não recebeu qualquer apoio, mas foi alvo da visita, “por causa de um desafio lançado na rede social Twiter”.
“Quando o Miguel Oliveira ganhou a prova alguém nos desafiou a visitar a fábrica onde era feito o capacete que o piloto usava, porque isso é que era a verdadeira coesão territorial, porque acontecia aqui, em Carregal do Sal, em Portugal”, contou.
No decorrer da visita à fábrica, Ana Abrunhosa ficou a saber que, apesar do capital da empresa ser todo francês, “o grupo tenta trabalhar ao máximo com parceiros portugueses ou, pelo menos, europeus”.
“O que não é difícil, porque em Portugal temos muita qualidade em bons preços. Trabalhamos com fornecedores em Aveiro, Peniche, Figueira da Foz, Leiria, Porto, por exemplo, e depois temos na Tailândia onde temos a outra fábrica do grupo”, explicou o diretor de produção.
Otávio Saraiva contou que, depois de um mês e meio em ‘lay-off’, a empresa registou “em setembro, um dos melhores meses de sempre”, com “33.500 capacetes produzidos”, um aumento de produção que é explicado, “pelo aumento de vendas de ‘scooters’, especialmente elétricas, talvez, pelo receio de andar em transportes públicos”.
A empresa, que exporta mais do que vende em Portugal e tem mais de 200 trabalhadores, produz, em média, 300.000 capacetes ao ano, sendo que fabricam mais de 60% da marca internacional Shark.