Marcelo navega no Douro em sonho de há 30 anos

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou hoje que há mais de 30 anos, quando era ministro, tinha o “sonho” do Douro navegável que alguns “achavam louco”. Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa “viveu” uma realidade que o ocupou naquela época, ao atravessar a eclusa que era apontada como um dos problemas na altura: […]

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou hoje que há mais de 30 anos, quando era ministro, tinha o “sonho” do Douro navegável que alguns “achavam louco”.
Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa “viveu” uma realidade que o ocupou naquela época, ao atravessar a eclusa que era apontada como um dos problemas na altura: a da barragem do Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, onde hoje terminou o segundo “Portugal Próximo”.
A viagem de barco, num pequeno troço, do Douro Navegável de Trás-os-Montes ao Porto, foi o último ponto de uma agenda de dois dias e meio em que o Presidente da República participou em 15 iniciativas, de 11 concelhos dos distritos de Vila Real, Bragança e Guarda.
A bordo do barco, enquanto a água descia para passar a eclusa, Marcelo fez questão de lembrar: “estamos aqui a viver uma realidade que me ocupou há 30 e tal anos quando fiz política como membro do Governo do primeiro-ministro Francisco Balsemão.
Quando foi ministro dos Assuntos Parlamentares, Marcelo Rebelo de Sousa tinha o pelouro da navegabilidade do Douro, “que era um sonho, que não era pacífico na classe política portuguesa”.
Tinha mesmo até “um ou outro colega do Governo que tinham dúvidas sobre esse sonho”.
O Presidente contou aos jornalistas que se deslocou, sem as estradas que há hoje, ao Douro, nomeadamente ao Pocinho, para estudar o projeto que “parecia completamente megalómano”.
E um dos problemas era justamente a eclusa do Pocinho, o sistema que permite às embarcações superarem desníveis no curso de água. Diziam-lhe que “era muito difícil construir, o país não tinha meios para isso, achava-se que era um sonho que nunca seria concretizado”.
“Trinta e tal anos depois, é a primeira vez que eu venho ao mesmo sítio a verificar que era possível e que as minhas lutas com alguns políticos da altura, que me achavam um pouco louco, tinham razão de ser”, comentou.
Em jeito de balanço da visita, Marcelo reforçou que “apesar de o país ter melhorado em muitos aspetos ao longo das últimas décadas e ser muito diferente do que era, ainda há um esforço de aposta em regiões que precisam de uma especial atenção”.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o disse nestes dias do “Portugal Próximo” e que o repetirá quando for às Beiras no outono.
Prometeu que na quinta-feira, na habitual audiência semanal, vai dizer ao primeiro-ministro, António Costa, que as regiões do Interior de Portugal precisam de apoios específicos e de fundos comunitários.
Realçou, contudo que encontrou “saltos enormes nas universidades, nos politécnicos, nalgumas empresas, nas autarquias, museus, vários equipamentos culturais ou desportivos de alta competição”.

“Portanto, o país está a mudar”, frisou.
“Encontrei bom ambiente com todos os autarcas, PS e PSD, bom acolhimento de todas as populações, projetos de futuro arrojados, corajosos, mas com pés para andar, muita cultura, muita aposta na qualidade de vida, alguns exemplos de novas empresas e, portanto aposta na criação de emprego nesta região”.
Em geral, o Presidente da República encontrou no Douro e Trás-os-Montes “um clima otimista relativizando um bocadinho outras divergências” políticas.
“Espero continuar a ver destas boas notícias até à altura em que vou parar as deslocações pelo país, que será na primavera do ano que vem por causa das [eleições] autárquicas”, afirmou.
O Presidente da República viaja ainda hoje para França, onde assiste à noite ao jogo das meias-finais do Europeu de Futebol entre Portugal e o País de Gales.
Em agosto, adiantou, vai ter “dez dias de férias”.


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