A freguesia de Fóios, no concelho do Sabugal, acolhe a iniciativa, no próximo sábado, dia 9.
No próximo sábado, dia 9 de fevereiro, irá realizar-se junto à nascente do Rio Côa, na freguesia dos Fóios, concelho do Sabugal, o IV Capítulo da Confraria do Bucho Raiano. A cerimónia contará com a presença de Albino Lopes, professor catedrático e coordenador da Unidade de Gestão no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), natural de Vale de Espinho, que proferirá a Oração de Sapiência, onde falará na gastronomia tradicional da região. As confreiras e confrades das confrarias gastronómicas convidadas vão concentrar-se a partir das 11 horas no Largo do Centro Cívico Nascente do Côa, nos Fóios, onde decorrerá uma receção de boas-vindas. O IV Capítulo, que será precedido de uma assembleia geral interna apenas para confrades do bucho, está marcado para as 11h30 no auditório do Centro Cívico e terá início com um momento musical a cargo do Grupo de Concertinas do Safurdão. A benção das insígnias dos novos confrades será feita pelo Pe. Américo, prior da freguesia dos Fóios. O grão-mestre capitular que estará acompanhado na mesa pelo Chanceler (presidente da direção), Vedor-Mor (presidente do Conselho Fiscal), pelos representantes das confrarias madrinhas (Confraria do Queijo Serra da Estrela e Confraria da Chanfana) e pela presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas convidará de seguida os novos confrades a fazer o juramento da confraria. A seguir a Chancelaria dará conta da homenagem com a atribuição do título de Confrades de Honra a duas personalidades sabugalenses pelo seu papel na sociedade portuguesa e em prol da gastronomia da região. Após a cerimónia os elementos das confrarias presentes efetuarão um desfile pelas ruas dos Fóios em direção ao Pavilhão Multiusos onde será servido o almoço do bucho pelo Restaurante TrutalCôa Sabugal acompanhado por vinho «doispontocinco». Às 16 horas será tempo de magusto acompanhado de jeropiga no assador gigante da Junta de Freguesia dos Fóios. O bucho é a peça de enchido mais genuína das terras raianas do centro de Portugal. Manda a tradição que após a matança do porco se juntem num barranhão pedaços de carne provindos da cabeça, orelhas e rabo, de mistura com a carne que restou agarrada aos ossos. Essa carne fica em vinha d’alhos durante três dias, após o que se enchem as bexigas dos próprios porcos, indo para o fumeiro a fim de aí secarem com o calor da lareira. A iguaria come-se em família ou entre uma roda de amigos. Respeitando o receituário antigo, deve ser cozido durante três horas, envolto num pano de linho. Vai à mesa acompanhado por grelos de nabo e batata cozida e come-se acompanhado por um bom vinho tinto da região. Dar a conhecer o bucho e contribuir para que se transforme numa oportunidade económica para a região raiana, é o objetivo da Confraria do Bucho Raiano.