“Infelizmente temos a registar três mortes em zonas fluviais. (…). Estas áreas são mais perigosas. Não são praias fluviais, são zonas costeiras fluviais. Por isso, aconselhamos as pessoas a fazer prática balnear onde haja vigilância, caso contrário os cuidados têm de ser redobrados”, disse à agência Lusa o porta-voz do Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) Nuno Leitão. No domingo, dois homens, de 23 e 34 anos, foram encontrados mortos na albufeira da barragem da Courela da Ponte Velha, próximo de Lavre, no concelho de Montemor-o-Novo, e um jovem, de 18 anos, perdeu a vida quando tomava banho na foz do rio Sousa, em Gondomar, distrito do Porto. O porta-voz do ISN lamentou o sucedido, adiantando que em julho do ano passado foram registados três casos mortais em áreas de jurisdição marítima (no rio Douro). “O ISN não tem dados relativos ao ano passado em zonas fluviais fora dos espaços de jurisdição marítima. Este ano já temos três casos a lamentar”, disse. Na opinião do comandante Nuno Leitão, as pessoas não devem arriscar nos espaços aquáticos de água doce, pois “são mais perigosos” do que o mar. “Nestes espaços, as pessoas têm mais dificuldades em nadar. Há perigos que estão escondidos nestas zonas fluviais como pântanos, obstáculos submersos que podem dificultar a tranquilidade que os banhistas devem ter e as correntes associadas aos rios”, salientou. O comandante Nuno Leitão recordou que o inverno passado foi mais rigoroso e, por isso, podem existir mais fundões junto da linha da margem das praias fluviais e que podem causar “acidentes graves”. O responsável explicou que a Autoridade Marítima através do ISN recolhe a nível nacional todos os incidentes que ocorrem nos espaços de jurisdição marítima através das capitanias dos portos. “Damos conta de tudo aquilo que é de jurisdição marítima como a Costa Atlântica, o rio Minho, rio Douro, rio Tejo até Vila Franca de Xira, o Guadiana até Mértola e rio Sado até à porta de Pera. Todos os incidentes nestas áreas são relatados para o ISN”, explicou. O comandante Nuno Leitão adiantou que o ISN pretende que passe a haver uma recolha de dados dos acidentes a nível nacional nas zonas fluviais. “Fora dos espaços de jurisdição marítima não há uma articulação com as entidades que têm responsabilidade nestes espaços visados para que haja monitorização dos acidentes que ocorre”, concluiu. Um balanço divulgado no início do mês pela Marinha Portuguesa dava conta da morte de uma pessoa nas praias portuguesas entre 1 de maio e 30 de junho, quando no período homólogo de 2013 foram registadas quatro vítimas mortais. Entre 1 de maio e 30 de junho do ano passado tinham-se verificado quatro mortos, todos em praias fluviais do rio Douro, três delas não vigiadas. A época balnear teve início a 1 de maio nas praias de Cascais e foi-se iniciando em diferentes períodos pelo resto do país. Nas praias de águas fluviais e lacustres, a época balnear varia de concelho para concelho, entre 15 de junho a 15 de setembro. A época balear termina a 19 de outubro.
ISN alerta para perigos escondidos em zonas fluviais após três mortes
O Instituto de Socorro a Náufragos alertou, esta segunda-feira, para os perigos e os cuidados a ter quando se utilizam as zonas fluviais durante a época balnear e lamentou as três mortes registadas no fim de semana.