IPG cria plataforma tecnológica para combater criminalidade na internet

O projeto “netSegura – Sistema de Alertas para cibercrime” foi desenvolvido por Luís Pimentel, estudante de mestrado em Computação Móvel e inspetor da Polícia Judiciária – PJ.

“Enquanto inspetor, apercebi-me da enorme quantidade de queixas que as autoridades recebem diariamente relacionadas com o cibercrime, nomeadamente burlas informáticas, acessos ilegítimos, clonagem de cartões ou e-mails fraudulentos”, afirma Luís Pimentel.

O projeto “netSegura” é composto por uma página web – a qual disponibiliza informação sobre uma grande variedade de ilícitos na área do cibercrime e da cibersegurança –, um sistema de notificação e um chatbot – um assistente virtual que, de forma automatizada e com recurso à inteligência artificial, responde às dúvidas que lhe são colocadas de forma personalizada.

“A massificação de dispositivos eletrónicos ligados à internet, a proliferação de serviços prestados através de plataformas digitais e a má utilização de recursos pelos utilizadores agravou a cibercriminalidade, principalmente durante os confinamentos decorrentes da pandemia da Covid-19”, afirma Luís Pimentel, inspetor da Unidade de Cooperação Internacional da Polícia Judiciária. “Os utilizadores desta plataforma serão notificados com alertas para cibercrimes e poderão esclarecer dúvidas sobre eventuais atos ilícitos cometidos contra si”.

Segundo Luís Pimentel também foram desenvolvidas aplicações móveis para os sistemas operativos iOS e Android, as quais estarão brevemente disponíveis ao público. “Decidi terminar o meu mestrado com um projeto que promove a prevenção para crimes cometidos na internet e, assim, contribuir para a diminuição do número de vítimas que vão desde a população mais idosa, até aos mais jovens”.

Tem-se registado um aumento significativo de crimes praticados através de meios informáticos nos últimos anos. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna, em 2019 existiram 1319 ocorrências deste tipo de crimes, um aumento de 42.7% em relação ao ano anterior. Em 2020, o número voltou a subir: foram 1672 denúncias, que se traduziram em mais 26.8% casos do que aqueles que aconteceram em 2019. O acesso indevido ou ilegítimo a dados e a falsidade e a sabotagem informática foram os crimes informáticos mais frequentes.


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