IP vai lançar concurso para concessão do terminal da Guarda

Estação da Guarda

Depois de ter lançado no final de 2017 o concurso público para a concessão da exploração do parque norte do Complexo Ferroviário da Bobadela, a Infraestruturas de Portugal (IP) prepara-se para fazer o mesmo para o terminal rodoferroviário da Guarda.

Ao que a Transportes em Revista conseguiu apurar, o concurso será lançado até fevereiro e conta já com diversos interessados.

O terminal rodoferroviário possui 4 linhas ferroviárias com cerca de 150 metros (cada uma) e apesar de estar, atualmente, sem qualquer atividade, tem uma capacidade máxima de parqueamento de cerca de 400 TEU´s e acessos rodoviários diretos. Ao que a Transportes em Revista conseguiu apurar, o movimento anual de contentores que por ano são movimentados na região da Guarda, por rodovia, é de cerca de 2 mil contentores de 40 pés.

Com o anúncio da eletrificação da linha da Beira Baixa, no troço Covilhã-Guarda, e da modernização da Linha da Beira Alta, projetos que fazem parte do Ferrovia 2020, a Guarda ficará na confluência destas duas linhas, que terão concordância. Este facto, aliado à existência no local de infraestruturas de apoio, como o terminal ferroviário da Guarda, possibilitará a receção de comboios de maiores dimensões e mais pesados, possibilitando, “à posteriori”, a separação/agregação de mercadorias para norte e para sul do País, potenciando a criação de comboios mais adequados às mercadorias transportadas e multiproduto, diminuindo, de forma expressiva, o trajeto a percorrer para a região sul.

Esta possibilidade, promove e garante a libertação de canais horários, sobretudo na linha do norte, entre Coimbra e Entroncamento. Por outro lado, irá permitir o aumento da capacidade instalada da rede ferroviária, aumentando a eficácia do transporte ferroviário, a redução do tempo de viagem e respetivos custos, aumentando a competitividade, face a outras soluções de trajeto e modos de transporte.

“Modelo a adotar será o adequado às especificidades de cada infraestrutura”, refere a IP

No caso da concessão do terminal da Bobadela, o caderno de encargos salienta que a adjudicação será feita “de acordo com o critério do preço mais elevado para a concessão de exploração”. No entanto, em junho do ano passado, Carlos Fernandes, vice-presidente da IP tinha referido que «não vivemos de rendas, mas sim de parcerias e por isso queremos encontrar o balanço justo (…) vamos procurar parceiros, sejam públicos ou privados, que nos tragam mais-valias. Também sabemos que se exigirmos demais matamos o negócio».

Questionada pela Transportes em Revista sobre o modelo a adotar neste processo, a IP revelou que «o modelo a adotar será o adequado às especificidades de cada infraestrutura, mantendo o objetivo definido, ou seja, o estímulo do transporte de mercadorias para a rede ferroviária nacional».

Em relação aos critérios de adjudicação do concurso do terminal da Bobadela, a empresa pública salienta que «a estratégia da IP consiste na valorização do negócio dos seus terminais, seja diretamente na sua atividade, seja no estímulo do transporte ferroviário de mercadorias na Rede Ferroviária Nacional. Embora o critério de adjudicação seja o preço, nas peças do procedimento do concurso, estão definidos critérios e mecanismos de incentivo assentes na qualidade do serviço e desempenho da futura concessionária ao nível da capacidade de realizar comboios».
A IP refere ainda que «dando sequência à estratégia de concessão de exploração dos diferentes espaços, está previsto o lançamento de outras concessões no decorrer do presente ano».


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