Incêndios: Autarcas dizem que serra da Estrela “continua viva”

Na opinião do presidente da CIMBSE, é preciso “desmistificar, perante as pessoas que podem estar a pensar” em visitar a região, “mas que perderam a vontade, agora, com o incêndio”.

Os autarcas da região da serra da Estrela, que foi atingida pelos incêndios, assumiram ontem, 1 de setembro, que a região “continua viva, apesar de ter sido muito fragilizada”, e desafiaram os portugueses e os estrangeiros a conhecerem o território.


“As pessoas, agora, estão traumatizadas e, com as imagens que viram nas televisões, acham que o território está de negro. Há ainda muito território verde, felizmente. Há muita gastronomia excelente para saborear, há muito vinho ótimo do Dão e não só, da Beira Interior Norte, para beber. E não só. Há paisagem verde, ainda, para observar e sensoriar”, disse ontem o presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE).


Luís Tadeu, que também é o presidente da Câmara Municipal de Gouveia, falava aos jornalistas no final de uma reunião com a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, realizada em Manteigas, no distrito da Guarda, com autarcas, entidades de desenvolvimento regional e agentes económicos da região do Parque Natural da Serra da Estrela, para avaliar o impacto dos recentes incêndios florestais, identificar os principais constrangimentos e delinear futuras medidas de prevenção.


Na opinião do presidente da CIMBSE, é preciso “desmistificar, perante as pessoas que podem estar a pensar” em visitar a região, “mas que perderam a vontade, agora, com o incêndio”.


“Nós continuamos cá, continuamos vivos, a nossa serra continua viva, apesar de ter sido muito fragilizada, mas temos muita riqueza para continuar a mostrar. E, sobretudo, temos uma hospitalidade como ninguém. E, por isso, só esperamos que as pessoas nunca percam a vontade de vir conhecer este seu território, que também é delas, sejam nacionais, sejam estrangeiras (…). Nós estamos cá de portas abertas para as receber, e bem receber. Venham elas e serão recebidas de braços abertos”, afirmou.


Luís Tadeu referiu que, neste momento, “há muitas urgências”, não só na parte da promoção, como em outras áreas.


Sobre a promoção, disse que foi muito abordada na reunião de ontem e que a secretária de Estado Rita Marques “tomou boa nota e que vai colocar como uma das ações fundamentais não só para agora, para o imediato, mas para o curto e médio prazo”.


Já o presidente da Câmara de Manteigas, Flávio Massano, disse que o concelho depende do turismo e que os prejuízos são difíceis de quantificar, porque não se consegue perceber quantas pessoas vão deixar de visitar o território.


“Aquilo que nós pretendemos, municípios e Governo, é pôr medidas práticas no terreno, o quanto antes, para que esse efeito nefasto não se faça sentir durante muito tempo e seja apenas agora uma questão de curto prazo”, afirmou.


Flávio Massano também disse esperar que o estudo independente responda por que razão um incêndio que esteve em vigilância ativa em Vale de Amoreira tenha sido reativado e tenha destruído mais nove mil hectares.


“As pessoas que aqui vivem merecem o nosso respeito e merecem respostas concretas sobre o porquê, o quando e como é que aconteceu este incêndio”, vincou.


No final da reunião, o empresário Luís Veiga, da Covilhã, disse que uma das medidas sugeridas ao Governo foi a possibilidade de as portagens nas autoestradas da região serem suspensas “com efeitos imediatos”.


A serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou no dia 6 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco.


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