Há mais estudantes a pedir e a conseguir bolsas de estudo no superior

Ensino superior regista crescimento de 12% no número de apoios atribuídos este ano. Praticamente um terço concentra-se em três universidades do Norte.

As bolsas de ação social estão a chegar a um maior número de estudantes do ensino superior. Ao fim de cerca de dois meses de aulas, há mais de 30 mil alunos a quem já foi diferido o pedido para poderem receber este apoio do Estado, o que representa um crescimento de 12% face ao mesmo período do ano anterior. Cerca de um terço dos bolseiros estão concentrados em apenas três universidades do Norte do país. Globalmente, até ao momento há 84.072 candidaturas submetidas – mais 1713 do que no ano passado – vindas sobretudo de estudantes de instituições públicas (74.605).

Há 34 mil processos que ainda aguardam informação técnica para poderem ser validados, quase o dobro do que no ano passado, mas há quase 50 mil processos com toda a informação necessária. A maioria destes processos (37.728) já tem decisão final. Comparativamente com o ano anterior, existem mais 1764 candidaturas analisadas.

Num ano em que não houve alterações significativas no diploma que regula a atribuição deste tipo de apoios, o menor rendimento das famílias será o principal fator para explicar esta variação. A DGES não informa, porém, quantos destes estudantes com bolsa de estudo aprovada começaram, efetivamente, a receber os seus apoios, nem são ainda conhecidos os valores médios das bolsas atribuídas.

Estes números dizem respeito à fase inicial do ano letivo, período em que são apresentadas a maior parte das candidaturas às bolsas de acção social no ensino superior. A 30 de setembro terminou o primeiro prazo de submissão de candidaturas para os estudantes, destinados àqueles que pretendessem receber bolsa de estudo a partir do início do ano letivo. Depois desta primeira fase, as candidaturas mantêm-se abertas até 31 de maio e os alunos começam a receber o apoio – cujo valor mínimo cobre a propina da instituição em que estejam matriculados – no mês imediatamente a seguir ao da sua aprovação.

De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), até esta segunda-feira foram aprovados os pedidos de bolsas de 30.939 estudantes. Destes, apenas 1355 frequentam instituições de ensino superior particulares, sendo a esmagadora maioria dos bolseiros alunos da rede pública. Face ao período homólogo, há mais 3789 pedidos de bolsa diferidos – um crescimento de 12,24%.

No mesmo sentido, os números de pedido de bolsas de estudo que foram recusados pelos serviços de ação social das universidades e politécnicos são mais baixos do que os registados há um ano: 6789 estudantes viram a sua candidatura ser indeferida, menos 2025.

Estes resultados reforçam o que tinha acontecido no ano anterior. Em todo o ano letivo 2012/2013 foram aprovados 62.302 pedidos de bolsas de estudo no ensino superior, o que representou um crescimento de 5,6% no número de bolseiros face ao ano anterior. Os números já conhecidos em 2014 apontam para uma tendência de aumento do número de bolseiros e reforço face ao passado.

Numa análise por instituição de ensino é perceptível uma grande concentração de bolseiros no Norte. Três universidades desta região do país concentram cerca de um terço (9700) dos pedidos de bolsa já diferidos. A Universidade do Porto é a que tem mais candidatos (7366) e mais alunos bolseiros (4347). A Universidade Minho, com 3748 bolseiros, e a Universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde 1576 alunos têm bolsa de ação social já atribuída, são as outras instituições nortenhas com maior número de apoio atribuídos. No topo da lista de universidades com mais candidatos e mais bolsas de estudo intromete-se, entre estas, a Universidade de Lisboa. A maior instituição de ensino superior do país, depois da fusão entre Clássica e Técnica, tem 7288 estudantes candidatos e 2354 bolseiros até ao momento.


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