“A adesão, hoje, é superior à de quinta-feira. Até às 8 horas só se realizaram dois comboios de longo curso”, afirmou Luís Bravo, do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial e Itinerante, considerando tratar-se de “uma clara demonstração de insatisfação” por parte dos trabalhadores do setor comercial da empresa, em que se incluem os funcionários das bilheteiras e os revisores.
De acordo com o sindicato, não há registo de qualquer comboio urbano a circular, “por opção da empresa”.
“Não tendo funcionários, optou por fazer uma ligação de Alfa-Pendular, o comboio das elites, em vez de fazer os comboios regionais, que serviriam muito mais pessoas”, declarou o dirigente sindical.
Os trabalhadores reclamam o descongelamento das carreiras e atualizações salariais, bem como o cumprimento de uma decisão judicial relativa a “uma dívida da empresa para com os funcionários”.
Os revisores da CP cumprem hoje o segundo dia de greve e a empresa prevê que venham a ser suprimidos entre 80% e 90% dos comboios, sobretudo nas ligações regionais e urbanas.
A CP alertou os passageiros para “fortes perturbações na circulação de comboios”, que deverão manter-se até terça-feira de manhã.
As perturbações são agravadas pela recusa de fixação de serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral, nomeado pelo Conselho Económico e Social, segundo a CP.
Esta greve foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) para reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativo ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996.
O presidente do SFRCI, Luís Bravo, explicou à Lusa que a CP foi condenada, em várias instâncias, a restituir os complementos que não foram pagos aos trabalhadores no subsídio de férias desde 1996 e no subsídio de Natal entre 1996 e 2003, estimando uma dívida de cerca de dez milhões de euros aos revisores e trabalhadores das bilheteiras.
Fonte da empresa disse hoje à Lusa que circularam quatro dos 63 comboios programados para o período entre as 00:00 e as 06:00.