Governo vai manter carga fiscal em vigor até 2018

O Conselho de Finanças Públicas calculou, esta terça-feira, que o Governo pretende manter a carga fiscal atualmente em vigor até 2018, com base no Documento de Estratégia Orçamental, apresentado pelo Executivo em abril.

Na sua análise ao Documento de Estratégia Orçamental (DEO), publicada esta terça-feira, o Conselho de Finanças Públicas (CFP) escreve que “o DEO2014 tem subjacente a manutenção dos atuais níveis de fiscalidade até 2018”.

A receita fiscal deverá atingir os 25,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, o último ano das projeções do DEO, o que compara com um peso relativo de 24,8% em 2013, uma evolução que deverá incidir “particularmente em 2014 e em 2015”, segundo o CFP.

Considerando a receita total, o CFP refere que as previsões consideradas no DEO apontam para um “acréscimo progressivo” até 2016, para os 43,3%, situando-se em torno dos 43% em 2018.

Apesar do “aumento pouco expressivo” do peso da receita total no PIB, projeta-se para 2018 uma alteração na sua composição face a 2013: o aumento de 0,1 pontos percentuais do PIB resultará do crescimento de 0,7 pontos percentuais da receita fiscal, de 0,3 pontos percentuais da outra receita e de 0,1 pontos das receitas de capital.

Este aumento será compensado pela diminuição de 0,8 pontos das contribuições sociais e de 0,2 pontos das vendas de bens e serviços.

O CFP refere ainda que o Ministério das Finanças prevê uma diminuição da carga fiscal (não ajustada) em 0,5 pontos percentuais do PIB para 2014, atingindo os 34,2% do PIB e registando-se uma estabilização em torno de 34,5% do PIB nos anos seguintes.

Em 2013, a receita fiscal foi influenciada pelo regime extraordinário de regularização de dívidas, o chamado perdão fiscal, que rendeu aos cofres do Estado uma receita superior a 1.200 milhões de euros.

O CFP explica que a estabilização da receita fiscal ao longo do período das projeções resulta de “uma diminuição do peso das contribuições sociais efetivas (-0,3 pontos percentuais), compensada pelo aumento dos impostos indiretos (+0,4 pontos percentuais)”, refere o CFP.

No relatório, o CFP estima ainda que a receita fiscal vai crescer “a um ritmo ligeiramente superior” ao do PIB nominal (que considera o efeito da inflação), superando os 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, segundo cálculos do Conselho de Finanças Públicas (CFP) com base no Documento de Estratégia Orçamental (DEO).

Do lado da despesa, prevê-se que o seu peso relativo caia 5,1 pontos entre 2013 e 2018 e que, em 2018, a despesa se situe nos 43,1% do produto, “valor equivalente ao de 2002”.

 


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