Governo quer apurar o que “correu mal” no novo pavilhão do hospital da Guarda

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O ministro da Saúde anunciou ontem que o Governo vai apurar o que “correu mal” no processo de construção do novo bloco do Hospital Sousa Martins (HSM), na Guarda, inaugurado ontem à tarde.

“A Inspeção-Geral de Atividades em Saúde está há vários meses a analisar este processo numa dupla vertente: sobre, de facto, o que é que correu mal e também sobre a razão de ter demorado cinco anos a abrir este edifício, e a abrir em termos de segurança”, disse Paulo Macedo aos jornalistas. O pavilhão inaugurado custou 55 milhões de euros e começou a funcionar em pleno em meados de maio, apesar de estar construído desde junho de 2013. No final da cerimónia inaugural do novo edifício do HSM, o ministro da Saúde referiu que a unidade abriu as portas “só depois das devidas autorizações” da Autoridade Nacional de Proteção Civil, após a deteção de falhas no plano de segurança do edifício, construído no Parque da Saúde da Guarda. “Há aqui não só responsabilidades em termos de erros funcionais, mas também de responsabilidades financeiras, e essas vão ser apuradas”, garantiu o governante. Paulo Macedo reconheceu que a nova unidade representa uma mais-valia para os serviços de saúde prestados aos habitantes do distrito da Guarda servidos pela Unidade Local de Saúde, mas afirmou que não devem ser ignorados alguns “aspetos que não estão bem” no edifício. O responsável apontou a existência de “excessos de corredores completamente vazios”, “falta de espaços noutros sítios” e o facto de nem todos os serviços do HSM terem sido instalados no novo bloco, que tem quatro pisos e uma área de 48.600 metros quadrados. No novo pavilhão hospitalar funcionam as consultas externas, a urgência, o internamento de oftalmologia, ortopedia, cirurgia, otorrino e pneumologia, a esterilização, a farmácia, os serviços de imagiologia, a unidade de cuidados intensivos e o bloco operatório. Nos dois antigos edifícios do HSM ficam ainda a funcionar, entre outros, a urgência pediátrica, a obstetrícia e a pediatria. Paulo Macedo observou que a unidade representa “um acréscimo de qualidade muito importante em certas áreas da saúde”, destacando o aumento de camas nos cuidados intensivos, a existência de uma área de cuidados intermédios e a melhoria dos serviços de imagiologia que foi “reforçada” com ressonância magnética e um novo aparelho de TAC. Na sessão inaugural, o presidente da ULS da Guarda, Vasco Lino, referiu que a inauguração do novo hospital representa a concretização de um sonho antigo dos habitantes da região. “Há largos anos que a Guarda manifestava o desejo da abertura de um novo hospital”, disse, acrescentando que o edifício está preparado para “satisfazer as necessidades” dos utentes.


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