Álvaro Amaro quer hospital com estatuto de ensino universitário

O presidente da Câmara Municipal da Guarda defendeu que o hospital local, com novas instalações inauguradas ontem à tarde pelo ministro da Saúde, tenha o estatuto de hospital com ensino universitário.

Na inauguração do novo edifício do Hospital Sousa Martins (HSM), o autarca da Guarda, Álvaro Amaro (PSD), defendeu aquela classificação “por uma questão de justiça” e de “visão estratégica”.

O responsável referiu ser “de absoluta relevância que o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação e Ciência possam conferir ao hospital da Guarda o estatuto de hospital com ensino universitário”, de acordo com um decreto-lei de 2004.

“Sabemos que existem protocolos de colaboração, mas não basta”, disse, considerando “necessário e até urgente que o hospital, a sua administração, faça o respetivo requerimento de acordo com o mesmo diploma”.

“Em suma, é imperioso que a rede de ensino, de investigação e laboratorial seja igualmente definida, tendo em conta a realidade sub-regional e a capacidade existente”, afirmou Álvaro Amaro.

O autarca da Guarda deu ainda conta da ambição da região, que constitui a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, de querer um centro académico e universitário, “naturalmente com sede na Covilhã e com um polo na Guarda”.

O presidente também referiu a necessidade de serem criadas condições, com o novo ciclo de fundos comunitários, para “que a tão apregoada segunda fase das obras do hospital se definam, talvez não tanto com a dimensão megalómana inicial, mas com a certeza da recuperação do edifício cinco” da unidade.

Álvaro Amaro observou ainda que não podem ser esquecidos os cinco anos que o novo edifício demorou a ser inaugurado desde o início da sua construção.

“Cinco anos em que se têm de deslindar os meandros, as razões que levaram a que uma obra essencial como esta demorasse tanto tempo para estar operacional”, disse.

O responsável lembrou ainda que “durante muito tempo”, na Guarda, se discutiu-se “se haveria um hospital novo, se um novo hospital, se devia localizar aqui ou acolá”.

Na deslocação à Guarda, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, que inaugurou o edifício, com um custo de 55 milhões de euros, recebeu uma carta aberta do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses com o pedido de resolução de vários problemas.

Na missiva, entregue pelo dirigente sindical Honorato Robalo, é pedida a revogação imediata da portaria 82/2014 (que classifica as unidades hospitalares), a contratação de mais enfermeiros para a Unidade Local de Saúde e a aposta nos cuidados de saúde primários.

O sindicato também defende que seja assegurada “a segunda fase de construção prevista para o HSM, como havia sido projetada”, e que o atual Governo “teima em extorquir” à cidade e à região da Guarda.


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