De acordo com a Bestiário, esta “obra é uma performance instalação”, que terá apresentação única na cidade de Gouveia, na antiga fábrica têxtil da ex-Bellino & Bellino.
“A performance tem uma duração aproximada de 60 minutos e a instalação plástica e sonora (um arquivo das vítimas da caça às bruxas em Portugal) dura cerca de 120 minutos, podendo o público circular livremente pelo espaço”.
O espetáculo alude ao período da caça às bruxas, em que foram mortas entre 40 a 50 mil mulheres que diferiam do padrão de feminilidade vigente e que eram uma ameaça ao poder e tinham de ser aniquiladas.
“Recorrendo ao arquivo vivo dos vários corpos femininos e à implicação dos mesmos na sociedade atual, num olhar comparativo com o maior femicídio da História Ocidental – a caça às bruxas – aproveitamos para mover placas tectónicas significacionais: O que é ser bruxa? O que é ser mulher?”, referiu a Bestiário.
De acordo com a estrutura artística, a obra pretende, em simultâneo, refletir sobre o significado que o conceito bruxa ganhou a partir das lutas feministas dos anos sessenta e do seu reflorescimento atual.
“Partindo dos registos históricos investigaremos a identidade das vítimas da caça às bruxas em Portugal para, através do seu reconhecimento, reivindicar o seu lugar na História”, indicou.
O conceito, direção artística e dramaturgia desta obra, que estreou no festival Temps d’Images, em Lisboa, é de Teresa V. Vaz, enquanto a criação e interpretação é de António Bollaño, Francisca Neves, Joana Petiz, Lia Vohlgemuth.
“Nós somos as netas de todas as bruxas que vocês não conseguiram queimar” vai também apresentar-se, em fevereiro de 2025, no Teatro José Lúcio da Silva, na Capela de São Pedro, em Leiria.