Gouveia: Exposição “Uma Coisa Nunca Vista: João Abel Manta Artista Revolucionário” poderá ser visitada até ao dia 31 de dezembro

A exposição “Uma coisa nunca vista: João Abel Manta artista revolucionário”, comissariada por Pedro Piedade Marques, foi inaugurada no passado dia 25 de abril no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

Atendendo ao enorme interesse suscitado, o Município de Gouveia decidiu prolongar a sua apresentação até ao dia 31 de dezembro de 2024.

Esta é a primeira exposição a exibir a obra gráfica de João Abel Manta (JAM) em torno do eixo da Revolução portuguesa de 1974-75, não se cingindo apenas ao que o artista (nascido em Lisboa em 1928) produziu entre o final de abril de 1974 e o final de novembro de 1975, mas mostrando ainda obra posterior e a obra anterior a 1974 que expressava (e anunciava) o espírito indiscutivelmente contestatário (e revolucionário) de JAM.

Depois de, em 2022, o Museu Abel Manta apresentar “O Retrato em João Abel Manta – Perfis para as selectas”, dedicada ao trabalho de JAM como retratista, nas suas várias vertentes técnicas, incluindo a pintura, de novo se regressa ao portefólio gráfico e plástico do artista para reunir e organizar um conjunto de peças que o confirmam como não apenas o mais relevante produtor de imagens no contexto revolucionário, qualitativa e quantitativamente (como cartoonista do diário mais lido no país e, de dezembro de 1974 a julho de 1975, cartazista para o Movimento das Forças Armadas), mas também um revolucionário gráfico em múltiplas disciplinas até à Revolução (desenho, ilustração, cartoonismo, figurinismo e cenografia teatral) e alguém que, acabada essa revolução, sobre ela refletiu, bem como sobre o seu próprio passado sob o Salazarismo. A exposição divide-se em quatro áreas temáticas: Resistência – Revolução – Memória – Portugal. Há, ainda, uma sala dedicada à Pintura Coletiva de 10 de junho de 1974, composta por peças pertencentes ao acervo deste Museu com autoria de 22 dos 48 artistas que nela participaram.

As obras expostas vieram do Museu de Lisboa e do Museu Abel Manta de Gouveia, com aportações da coleção do artista, bem como de outras coleções particulares.

Acompanhando as peças de arte gráfica e plástica, estão exemplares da imprensa periódica e não-periódica nacional e estrangeira onde o trabalho de JAM foi sendo impresso ou reproduzido.

São também exibidas curtas e médias metragens relevantes para o contexto da obra gráfica de JAM exposta: ver-se-ão Revolução de Ana Hatherly (1975), Pintura colectiva de Manuel Costa e Silva (1975), A noite saiu à rua de Abi Feijó (1988).


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