Fronteira de Vilar Formoso vai ter museu ligado à diáspora

O futuro museu será criado no âmbito de uma rede de espaços museológicos que, entre outros conteúdos, conta a história da diáspora, e poderá ficar instalado no antigo edifício da Alfândega onde já está a funcionar o posto de Turismo.

Vilar Formoso, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, vai ter um “Museu da Fronteira”, que será incluído num projeto que envolve as secretarias de Estado das Comunidades e da Valorização do Interior.

O futuro museu será criado no âmbito de uma rede de espaços museológicos que, entre outros conteúdos, conta a história da diáspora, e poderá ficar instalado no antigo edifício da Alfândega onde já está a funcionar o posto de Turismo.

O projeto foi ontem analisado durante uma reunião de trabalho das secretárias de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, e das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, com o presidente, António José Machado, e o vice-presidente da Câmara Municipal de Almeida, José Alberto Morgado.

“No caso de Vilar Formoso, nós temos muitas histórias ligadas à emigração a salto, à ida para França, mas também temos histórias de contrabando e outras”, disse a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, no final do encontro.

Segundo Berta Nunes, o futuro “Museu da Fronteira” terá um espaço ligado à diáspora e será integrado na rede que está a ser preparada pelo Governo e que foi incluída no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O projeto tem financiamento assegurado do PRR e também será candidatado a fundos comunitários.

A governante disse aos jornalistas que estão identificados em Portugal “cerca de seis espaços municipais que contam a história da emigração desses concelhos e que são até histórias de épocas diferentes”.

“Representam o que os nossos emigrantes ao longo de séculos fizeram, como partiram, quando voltaram, como é que contribuíram para o desenvolvimento das suas terras. Tudo isso vai estar nessa rede”, adiantou.

Para além de Vilar Formoso, na rede, será também incluído o espaço, “já bastante avançado, em Matosinhos, que se chamará ‘O Cais das Migrações”, disse Berta Nunes.

“Temos aqui [em Vilar Formoso] uma fronteira terrestre e ali [em Matosinhos] uma partida, naquele caso, para Brasil, Estados Unidos, através do [Oceano] Atlântico”, rematou.

Por sua vez, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, reconheceu que o projeto museológico previsto para Vilar Formoso é “um projeto de valorização de um território do interior e, para além disso, assume uma centralidade no espaço ibérico enorme”.

“A valorização do interior passa, também, cada vez mais, por projetos comuns, transfronteiriços, que tragam escala a estes territórios e que posicionem também o nosso interior como uma centralidade no contexto europeu”, defendeu a governante.

A ideia de integrar o museu dedicado à fronteira no âmbito da rede museológica apresentada pela Secretaria de Estado das Comunidades “faz todo o sentido”, conclui Isabel Ferreira.

O presidente do município de Almeida, António José Machado, disse aos jornalistas que o futuro museu poderá ser instalado no antigo edifício da Alfândega.

“Nós integramos a rede [de museus dedicados à emigração] com muito gosto e com muita vontade e o projeto vai ser [instalado] aqui junto à fronteira, não vamos fugir muito daqui”, disse.

O novo projeto museológico “vai ter que ser cozido” com o projeto “Porta de Portugal” que está a ser gerido pelo Turismo de Portugal, rematou.


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