“Há 20 anos, quando Alfredo Cunha arquitetou com os seus legados planos uma forma de fixar as pontes, foi sempre este rio de gente que o levou”, lê-se na introdução de David Pontes.
O livro, editado pela Tinta da China, que foi apresentado no passado sábado, mostra “os visitantes ocasionais, os habitantes das margens, os pescadores, o último construtor de barcos, a figura abandonada na contemplação do rio” Douro, descreve o diretor-adjunto do jornal Público.
Além das margens, veem-se os “rostos que atravessam o rio e a cidade, há séculos”.
“É esse olhar que permanece, tenham as fotos a data da cidade que nesse ano foi capital da cultura ou de quando foi ponto de paragem de uma pandemia”.
“Porto, a Cidade das Pontes” reúne fotografias captadas entre 2001 e 2021 e é mais um dos livros do fotógrafo editados pela Tinta da China, a par de “A Cidade Que Não Existia”, dedicada às muitas vidas da Amadora, “25 de Abril, 45 Anos” e “O Tempo das Mulheres”.
Alfredo Cunha nasceu em 1953, em Celorico da Beira.
Em 1970 iniciou a sua carreira profissional em fotografia e, em 1971, entrou para o jornal Notícias da Amadora.
Em 50 anos de carreira, trabalhou em meios de comunicação social como a agência Lusa, O Século, Público e Jornal de Notícias, entre outros, tendo exercido em alguns o cargo de editor de fotografia.
Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares.
É conhecido como o fotógrafo do 25 de Abril, mas registou as diferentes épocas históricas do seu meio século de carreira, como a descolonização, a guerra no Iraque e, mais recentemente, a pandemia de covid-19.
Recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique em 1996.