Concebida no âmbito da Covilhã como Cidade Criativa da UNESCO em Design, a FIADA avança já para a segunda edição e mantém o grande objetivo de divulgar o artesanato nacional e internacional, colocando em evidência os artesãos e a relevância do Design na conceção, inovação e comercialização dos seus produtos.
Deste modo, o evento volta a conjugar as dimensões nacional e internacional. A mostra nacional contará com 40 artesãos de todo o país, que vão mostrar trabalhos das áreas do têxtil, da cerâmica, da madeira e serralharia artística, bem como do design têxtil, de moda, de equipamentos e do mobiliário, entre outros. Já a componente internacional está garantida pela presença das cidades brasileiras de Brasília e Fortaleza, que também contam com o selo de Cidades Criativas da UNESCO na área de Design.
Para a afirmação internacional, contribuirá ainda a integração no evento de ações promovidas pelos “PENINSULARES – 4.ºs Encontros Ibéricos de Arte Têxtil Contemporânea”, que já estão a decorrer na Covilhã e que também terão um espaço físico no Jardim das Artes com a divulgação do trabalho de artistas e designers têxteis, entre Portugal e Espanha, tal como detalhou a Vereadora da Cultura da Câmara da Covilhã, Regina Gouveia, durante a conferência de imprensa da apresentação do evento.
Regina Gouveia sublinhou ainda que esta dimensão internacional é “um passo muito importante na afirmação da FIADA, que já regista um crescimento significativo da primeira para a segunda edição”.
Entre as novidades, destaque ainda para o Prémio FIADA’2023, que pretende “valorizar o artesanato e estimular a sua inovação, relacionando-o com o Design e com a identidade da Covilhã”.
Atribuído pela Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP) este prémio tem um valor monetário de 500 euros e é destinado a todos os artesãos inscritos como expositores e com carta de artesão/unidade produtiva artesanal válida.
Presente na conferência de imprensa, o Presidente da AECBP, João Marques, vincou que este prémio “vem reconhecer e diferenciar a capacidade dos artesãos criarem uma obra que possa simbolizar da melhor forma o que é o concelho da Covilhã”.
Explicou ainda que faz todo o sentido que a AECBP esteja presente porque se está também a valorizar aquilo que é a cultura e a arte local, atraindo pessoas e contribuindo assim para promover o tecido empresarial local.
Cada artesão pode candidatar uma peça aquando da sua inscrição, que represente de alguma forma elementos identitários da Covilhã, ficando todas as peças a concurso identificadas e expostas, em locais bem visíveis, nos stands dos concorrentes. O vencedor será escolhido por um júri, sendo que a peça escolhida ficará pertença do Município. Podem ainda ser atribuídas menções honrosas a mais duas peças.
O recinto da FIADA abrirá portas a 31 de agosto, pelas 16h00. As cerimónias oficiais de abertura terão início às 16h00, na Biblioteca Municipal da Covilhã, prosseguindo às 17h00 no Espaço Covilhã, Cidade do Design (Jardim das Artes), concebido pelo artista e designer covilhanense Luís da Cruz.
Além das cidades brasileiras, também estarão representadas duas Cidades Criativas da UNESCO na área de Artesanato e Artes Populares (Barcelos e Caldas da Rainha) e uma Cidade Criativa na área da Música (Idanha-a-Nova).
No âmbito musical, destaque para as atuações dos artistas nacionais Cláudia Pascoal (1 set.) e Sara Correia (2 set.), além dos MUSICALBI (31 ago.) e do covilhanense João Gonçalves (3 set).
A programação abrangerá outros espaços culturais da cidade, como a Biblioteca Municipal, que acolherá a exposição “SEMENTEIRA”, de Sara Leme. Esta mostra estará patente durante o mês de setembro, no âmbito da parceria com Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da UNESCO na área da Música.
Porque a FIADA privilegia, fundamentalmente, o trabalho em rede desenvolvido com cidades que entendem a Criatividade e a Inovação como motores de desenvolvimento sustentável, a Biblioteca acolherá ainda a peça “Árvore da Vida”, de Diana Meneses Cunha (Oficina 166), que junta o Bordado Castelo Branco, o Burel e a Tapeçaria de Portalegre. Esta estrutura itinerante foi encomendada pelo Município de Castelo Branco, que submeteu recentemente a sua candidatura a Cidade Criativa da UNESCO, na categoria de Artesanato e Artes Populares.
O espaço C3D, localizado na Biblioteca Municipal, receberá a Textile Talk “Territórios de Cultura Têxtil” (1 set.) e as oficinas “Iniciação à Tecelagem” (1 set.), “Felttronics” e “Técnicas de Tecelagem para a Criação” (2 set.), no âmbito dos “PENINSULARES – 4.ºs Encontros Ibéricos de Arte Têxtil Contemporânea”.
No exterior do edifício da Biblioteca, será possível apreciar uma instalação têxtil de grandes dimensões, intitulada “Epígrafe”, criada pela artista plástica covilhanense Ânia Pais para este evento, que terá ainda uma outra peça, “Passantes”, no Jardim das Artes.
Sendo o artesanato, o design e as artes têxteis os destaques da Feira, estará também no Jardim das Artes uma instalação artística resultante da segunda edição do “Festival TEAR – Territórios Artísticos”, organizado pelo Centro Artístico “A Casa ao Lado” (Clube UNESCO).
Todos os dias, após a abertura do recinto da Feira, terá início a atividade “Tapeçaria Comunitária”, orientada por Rita Martins Pereira, designer têxtil e tecedeira. O público será convidado a participar na construção de um painel, explorando o mundo das estruturas têxteis e da criação de padrões. Esta experiência educativa, inclusiva e divertida é pensada para todos os visitantes e parte da reciclagem e reutilização de lonas e telas. A tapeçaria comunitária será criada ao longo dos quatro dias de evento, por todos aqueles que desejem contribuir.
Englobadas no programa da FIADA decorrerão outras quatro oficinas abertas ao público, sempre pelas 18h00. O MODATEX dinamizará oficinas em torno das artes têxteis (31 ago., 1 e 3 set.), enquanto que o Museu de Lanifícios assegurará a oficina “Cardado Covilhã: Desafios” (2 ago.). Todas terão lugar na Tenda FIADA, localizada no recinto da Feira. Os interessados em participar nas oficinas, com vagas limitadas, deverão manifestar a sua intenção para o email cidade.criativa@cm-covilha.pt, a fim de formalizarem a sua inscrição.
Em cada dia da Feira, pelas 19h00, acontecerão as já muito populares “FIADA por Miúdos”, dinamizadas pelo Espaço C3D, que receberá crianças que desejem participar nas suas oficinas sem necessidade de inscrição prévia.
No Palco Tradições, outra das novidades desta segunda edição, resultante da parceria com Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da Música, decorrerão concertos todos os dias, pelas 21h00, em que sons e instrumentos tradicionais se reinventam e misturam com a música contemporânea. O Jardim das Artes receberá neste palco os Noa Noa (31 ago.), as Adufeiras de Idanha-a-Nova (1 set.), o Tremissis Ensemble (2 set.) e o projeto Casa Comum (3 set.). João Abrantes, maestro da Filarmónica Idanhense, participará ainda numa tertúlia aberta ao público na Tenda FIADA, pelas 17h00 do dia 2 de setembro.
O orçamento deste evento é de 50 mil euros e conta com um apoio de cerca de 17 mil euros atribuído pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional.