Fase Bravo com 5.175 operacionais em terra a partir de dia 15

A fase Bravo de combate a incêndios florestais, a segunda mais crítica, começa no dia 15 e envolve no terreno 5.175 operacionais, 1.251 viaturas, 34 meios aéreos e 70 postos de vigia.

Os dados constam do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), que refere ainda que os meios aéreos não serão disponibilizados logo no início da fase Bravo. O dispositivo é reforçado este ano com mais 250 bombeiros e quatro meios aéreos relativamente ao ano passado e terá um custo de 85 milhões de euros. A partir de dia 15, o combate a incêndios contará com oito meios aéreos, sendo que outros cinco serão disponibilizados a 01 de junho, 17 a partir de dia 15 de junho e os restantes quatro no dia 20 de junho, segundo disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Sobre as expectativas em relação à época de incêndios deste ano, em declarações à agência Lusa, Paulo Fernandes, docente e investigador do departamento florestal da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), disse esperar que a área ardida fique “abaixo da média”. “Espero que as zonas que historicamente são percorridas por grandes incêndios tão cedo não voltem a arder”, frisou. Quanto à influência do inverno chuvoso na ocorrência de incêndios este ano, o investigador sublinhou que a ocorrência de chuvas não faz diminuir muito a ocorrência de incêndios, ao contrário do que se poderia pensar. “Talvez no sul do país, o facto de ter chovido muito este inverno tenha alguma influência positiva na diminuição de fogos, mas no norte não é tanto assim, o que acontece quando chove muito é que, regra geral, a época de incêndios começa mais tarde porque as terras estão mais molhadas, assim como a vegetação, e levam mais tempo a secar”, sublinhou. Segundo o investigador, o que é mesmo “determinante” na época de incêndios são as temperaturas e também os ventos. Sublinhou, a propósito, que, de maio a setembro, estão previstas temperaturas acima da média e que o outono também se prevê quente, o que “poderá levar a algum agravamento no que respeita aos fogos”. A Serra da Estrela, a zona de Oleiros e todo o maciço central – entre Oleiros e Santarém – são, segundo o investigador, algumas “zonas sensíveis” a que é preciso estar atento, uma vez que “não são atingidas por incêndios de grandes proporções há alguns anos”. De acordo com o inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os danos diretos dos cinco grandes incêndios – Caramulo, Picões, Trancoso, Mondim de Basto e Covilhã – ocorridos em 2013 ascenderam a 34,2 milhões de euros (ME). A soma (34,2 ME) resulta dos valores declarados pelos municípios atingidos e representa 0,02 do Produto Interno Bruto (PIB), tendo a área ardida sido de 27.918 hectares (0,30% do território). A perda mais significativa, segundo o INE, verificou-se no incêndio do Caramulo, com 13,9 milhões de euros (40,6% do total), seguindo-se o incêndio de Picões, com cerca de 10 milhões de euros, sendo este o valor aproximado dos prejuízos causados no conjunto dos outros três grandes incêndios (Trancoso, Mondim de Basto e Covilhã. Durante a fase Bravo estão operacionais 512 equipas de vigilância terrestre, 315 equipas de vigilância e ataque inicial e 681 equipas de combate, segundo os dados disponibilizados pelo DECIF. À fase Bravo – que termina a 30 de junho – sucede a fase Delta, considerada a mais crítica em incêndios, que decorre entre 01 de julho e 30 de setembro. As várias fases no âmbito do combate a incêndios são: Alfa (01 de janeiro a 14 de maio), Bravo (15 de maio a 30 de junho), Charlie (01 de julho a 30 de setembro), Delta (entre 01 e 31 de outubro) e Echo (01 de novembro a 31 de dezembro).

 


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