Ex-autarca da Lousã propõe alternativa ao traçado do novo IP3 Coimbra-Viseu

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No documento que enviou na passada sexta-feira aos autarcas e à Infraestruturas de Portugal, Pedro Curvelo argumenta que a sua proposta implica “custos de construção muito inferiores, atendendo a uma topografia mais acessível”, com um traçado que permite ligação ao IC6, servindo também os municípios de Arganil, Tábua e Oliveira do Hospital.

O militante do PSD e ex-vereador na Câmara da Lousã Pedro Curvelo defende uma alternativa ao traçado do novo IP3 (Coimbra-Viseu) apresentado há duas semanas, em Mortágua, na presença do primeiro-ministro Passos Coelho.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Curvelo disse que escreveu uma carta aos presidentes das Câmaras de Coimbra e de Viseu e aos homólogos do Pinhal Interior, explicando as “vantagens para as populações” da sua proposta, em detrimento do traçado defendido pela Infraestruturas de Portugal (IP).

“Deve evitar-se esse traçado, que implica uma nova travessia do rio Mondego, de grandes dimensões, a montante da ponte da Portela, em Coimbra, seguida de túnel no Tovim, com custos de construção elevadíssimos e sem diminuição da distância a percorrer”, afirma o engenheiro civil, que liderou o PSD da Lousã entre 2002 e 2008.

No passado dia 7, em Mortágua, o presidente da empresa pública que resultou da fusão da Refer com a Estradas de Portugal, António Ramalho, anunciou a abertura da consulta pública do projeto por um período de 90 dias.

“Na fase de inquérito público, sugiro uma alternativa, na ligação entre o nó de Ceira (Coimbra) da A13 e o IC12, em Santa Comba Dão, que passa através da margem esquerda do Mondego, servindo em simultâneo os concelhos do Pinhal Interior, como Lousã, Vila Nova de Poiares, Góis, Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra”, sustenta Pedro Curvelo.

Na sua opinião, a proposta divulgada por António Ramalho, “apesar do seu traçado em planta parecer ser correto, está muito longe de ser a melhor solução técnica, financeira e estratégica”.

A IP propõe uma ligação a partir do nó de Ceira na A13, no sentido norte, com atravessamento do rio Mondego, prevendo-se depois do Tovim (Coimbra) uma viragem para nordeste com passagem próximo de Figueira do Lorvão (Penacova) e ligação posterior ao IP3, próximo do nó de ligação ao IC12, em Santa Comba Dão.

“Este traçado limita-se a funcionar como ligação Viseu-Coimbra e como variante a Coimbra na ligação para sul, deixando de fora as populações do Pinhal Interior”, critica. Em alternativa, propõe um traçado que “garante também a ligação Viseu-Coimbra, mas sem aumentar a distância”.

No documento enviado aos autarcas e à IP, argumenta que a sua proposta implica “custos de construção muito inferiores, atendendo a uma topografia mais acessível”, com um traçado que permite ligação ao IC6, servindo também os municípios de Arganil, Tábua e Oliveira do Hospital.

Assegura ainda “uma alternativa à estrada da Beira (EN-17), servindo também Lousã, Vila Nova de Poiares, Góis e Pampilhosa da Serra”, além de permitir “um aproveitamento do atual canal do IP3, entre o IC6 e o IC12, numa extensão de 15 quilómetros, com uma significativa redução de custos”.

Na apresentação do novo corredor do IP3, em Mortágua, o primeiro-ministro disse que a proposta da Infraestruturas de Portugal não é definitiva e que poderá haver outras soluções.

“Há outras possibilidades, mas que não nos parecem do ponto de vista da racionalidade económica tão suscetíveis de sucesso quanto o cenário base que traçámos”, afirmou Pedro Passos Coelho.

 

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