Europeias: Temido acusa AD de duplicidade no posicionamento sobre taxas de juro

Marta Temido

A socialista criticou a forma como foi dada a resposta à crise financeira a partir de 2008, que resumiu em três palavras: “austeridade, austeridade e austeridade”.

A cabeça de lista do PS às europeias acusou a AD de “duplicidade e dois pesos e duas medidas” por se ter abstido numa votação no Parlamento Europeu que instava o Banco Central Europeu a baixar as taxas de juro.

Marta Temido encerrou na sexta-feira o Encontro Europa, um comício na Guarda no qual contou com o seu antecessor no lugar cimeiro da lista do PS às europeias, Pedro Marques, e deixou avisos sobre os riscos de retrocesso na resposta às crises.

“Foi o PPE – a família na qual a AD se inscreve, mesmo que a AD diga que não teve nada a ver com isso – que instou o BCE a aumentar as taxas de juro, as taxas de juro que tanto castigam as famílias, que tanto castigaram as famílias portuguesas no início desta crise”, criticou.

Considerando que a lição de que “as crises não são todas iguais e portanto não podem ter todas as mesmas respostas” devia ter sido aprendida, a cabeça de lista do PS lamentou que isso não tenha acontecido quando a AD se absteve numa votação que instava o BCE a baixar as taxas de juro.

“A AD refugiou-se num argumento técnico-jurídico. Invocou apenas a independência do BCE quando um ano antes tinha instado o BCE a aumentar as taxas de juros e nisto se vê aquilo que é a duplicidade, aquilo que são dois pesos e duas medidas, ora dizemos uma coisa, ora dizemos outra”, acusou.

Para Temido, os portugueses estão “um bocadinho fartos de enganos”.

“A AD não esteve desse lado, a AD é esse lado porque foi Miranda Sarmento, atual ministro das Finanças que disse que era preciso subir as taxas de juro. Essa é a única resposta que estas pessoas conhecem para responder aos problemas das crises com que nos vamos confrontando”, criticou.

Depois de um dia intenso de ações de campanha no interior, a cabeça de lista do PS trazia uma pergunta “muito simples”: “afinal que Europa queremos nós?”.

A resposta foi dada de imediato por Marta Temido, que quer “uma Europa mais solidária e uma Europa com oportunidades para todos”.

A socialista criticou a forma como foi dada a resposta à crise financeira a partir de 2008, que resumiu em três palavras: “austeridade, austeridade e austeridade”.

“Quando fomos confrontados com a crise da covid escolhemos uma outra resposta”, apontou, recordando que foi o ex-primeiro-ministro António Costa que “levantou a voz para combater as declarações dos ministro das Finanças holandês que em 2020 recusava avançar com respostas conjuntas à covid”.

“À austeridade, austeridade, austeridade respondemos com saúde, apoio ao trabalho e apoio à economia e é toda a diferença”, contrastou.

A então ministra da Saúde referiu o “impacto da compra conjunta de vacinas e da administração de vacinas em todos os estados membros no mesmo dia, no mesmo momento”.

“Porque todos os europeus têm o mesmo direito e a Europa que queremos trata todos por igual”, disse.

Para Marta Temido, não se pode andar para trás em relação a esta diferente forma de encarar aquilo que são os desafios conjuntos, insistindo na solidariedade como resposta.


Conteúdo Recomendado