Estudantes e idosos descobrem património guiados pelos navegadores portugueses

Estudantes e idosos “vão embarcar” num projeto de teatro e partir à descoberta do património imaterial do Norte guiados pelos navegadores Fernão Magalhães, Diogo Cão e João Rodrigues Cabrilho e dos poemas de Torga, Pessoa e Camões.

É uma espécie de “aula viva” que é proposta pelo projeto “Teatro e Património IN- Interior Norte”, lançado pela companhia de teatro Filandorra, com o apoio da Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN).

A iniciativa foi apresentada hoje, em Sabrosa, distrito de Vila Real, prolonga-se até 9 de novembro e vai estender-se a 11 municípios do Douro, Trás-os-Montes e Tâmega.

“Queremos consciencializar o público para a importância da riqueza do nosso património imaterial, enquanto matriz identitária da nossa cultura, concentrando-nos nas figuras dos grandes navegadores da região”, afirmou o diretor da Filandorra, David Carvalho.

Assim, guiados pelos heróis dos descobrimentos como Fernão Magalhães, que Sabrosa defende natural deste concelho, Diogo Cão, de Vila Real, e João Rodrigues Cabrilho, natural de Cabril (Montalegre), os alunos e idosos vão viajar pela história.

David Carvalho referiu ainda que a iniciativa consiste na apresentação da peça “Auto da Índia”, de Gil Vicente, e ainda dos poemas de Miguel Torga, Fernando Pessoa e Luís Vaz de Camões que se “ajustam à temática das descobertas”.

O programa desta “aula viva” contempla uma representação da peça de teatro e ainda de uma conversa sobre o tema “Teatro….a nau e os imaginários”.

O objetivo é, segundo o diretor, cruzar conteúdos programáticos multidisciplinares como a língua portuguesa, história e artes visuais.

O projeto é dirigido aos estudantes do 9.º ano e ensino secundário de 10 agrupamentos de escolas, professores e alunos das universidades sénior de Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar, Alfandega da Fé e Vila Nova de Foz Côa.

O diretor regional da DRCN, António Ponte, frisou que a iniciativa visa “valorizar o património imaterial regional” e “perpetuar a memória e identidade da região através de figuras históricas locais”, como são os navegadores.

Mas, segundo o responsável, pretende também levar os estudantes “aos espaços formais da cultura”, como teatros e auditórios, para “criar hábitos de fruição destes espaços e normas de conduta”.

O projeto foi apresentado no Espaço Magalhães e o palco para a representação de hoje foi uma espécie de nau que dá o início à exposição interativa.

O presidente da câmara local, José Marques, explicou que a mostra tem o cenário de um porto que convida a entrar “num elemento simbólico de uma nau” onde é projetado um filme em três dimensões que conta a história da viagem de circum-navegação e os principais episódios que ocorreram.

Sabrosa integra ainda a Rede Mundial das Cidades Magalhânicas, que está a preparar a candidatura da Rota de Magalhães a Património Mundial da UNESCO.

O objetivo é que a candidatura da Rota possa estar concluída em 2019, ano em que arrancam as comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão Magalhães.


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