A produção de azeitona para a transformação em azeite «deverá rondar as 491 mil toneladas» na campanha terminada em 2016, anunciou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Tal representa uma descida de 30% face às 702 mil toneladas de azeitona para azeite obtidas na campanha terminada em 2015.
«As previsões agrícolas, em 31 de janeiro, apontam para uma redução significativa da produção de azeitona para azeite (menos 30% face a 2015), reflexo das condições adversas e da alternância anual da produção dos olivais tradicionais», explica o gabinete de estatística nacional, na nota publicada.
O «azeite obtido», salienta contudo o INE, «é, regra geral, de boa qualidade».
A produção de azeitona para azeite em Portugal tem tido – como noutros países produtores – uma variação elevada nas últimas cinco campanhas segundo os dados divulgados pelo INE: recuou 18,19% em 2012, cresceu 51,6% em 2013, voltou a cair 30,9% em 2014 e aumentou 60,27% em 2015 – o melhor ano da série desde 2011.
O INE explica que, a campanha, que arranca no último trimestre de cada ano, «iniciou-se com uma abundante floração», mas que «sob condições meteorológicas muito adversas (primavera bastante chuvosa)» a frutificação acabou por ser muito menor do que o expectável.
«Este aspeto, conjugado com a normal alternância produtiva da variedade Galega, predominante nos olivais tradicionais de sequeiro (que ainda representam uma componente muito significativa da estrutura do olival nacional, contribuiu para a redução de produção de azeitona para azeite» no país.
O mau tempo tem vindo a penalizar toda a área mediterrânea de produção de azeite, com os três maiores transformadores – Espanha, Itália e Tunísia a registarem a pressão sobre os preços. Em Itália, o preço pago à produção – que é o mais elevado dos três países – disparou 70% em janeiro.