Uma equipa de arqueólogos, que está a trabalhar, há um ano, em Idanha-a-Velha, descobriu aquela que terá sido a Porta Sul de uma das principais cidades do Império Romano na atual Beira Interior, antiga Igaedis, capital da Civitas Igaeditanorum, como refere uma nota informativa da organização.
A descoberta aconteceu durante os trabalhos de escavação e limpeza de um troço da muralha existente a cerca de 300 metros da Sé Catedral de Idanha-a-Velha. A equipa de arqueólogos descobriu um troço de muralha, com cerca de 10 metros de comprimento e, mais tarde, foram encontradas as ruínas da porta, que deverá ter tido 3 metros de largura.
A muralha de Idanha-a-Velha, que após escavação revelou esta nova porta, sabe-se que tem quase 800 metros, o que a torna uma das mais significativas e melhor conservadas do território português.
Segundo Patrícia Dias, do Gabinete de Arqueologia, Conservação e Restauro do Município de Idanha-a-Nova, “Idanha-a-Velha constitui um dos principais cenários da História da Beira Interior Centro de Portugal. Foi um dos principais palcos de encontro entre culturas ao longo de séculos. Foi cidade capital de distrito em época romana, foi sede de bispado em época sueva-visigótica e continuou a revelar a sua centralidade até à época dos Templários e à transferência da sede episcopal para a Guarda”. Reforçando a importância desta descoberta e de outros vestígios arqueológicos da aldeia, a responsável acrescentou, ainda, que “durante quase 1200 anos [Idanha-a-Velha] talvez tenha sido mesmo o lugar mais importante entre o Tejo e o Douro na atual Beira interior. E desses tempos ainda se conservam importantes testemunhos na atual Aldeia Histórica”.
O território de Idanha-a-Velha ainda conserva vestígios da época dos romanos, muçulmanos ou visigodos e, por isso é que esta aldeia ocupa um lugar de realce no contexto das estações arqueológicas do país.
Segundo uma nota da organização, a descoberta daquela que terá sido uma das entradas principais na Egitânia, pelo território que hoje conhecemos como Idanha-a-Velha, demonstra uma vez mais a importância da conservação das Aldeias Históricas de Portugal, assim como o seu inestimável valor histórico e arqueológico.
Este projeto está inserido numa parceria entre a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Coimbra e o município de Idanha-a-Nova.