Cultura aguarda 'OK' das Finanças sobre contratação de trabalhadores para Museu do Côa

Museu Coa Int

O Ministério da Cultura aguarda apenas autorização do Ministério das Finanças para poder abrir um concurso para a contratação de trabalhadores para o Museu do Côa, revelou esta quarta-feira a secretária de Estado da Cultura.

“A situação do trabalho no Museu do Côa preocupa-nos muitíssimo”, começou por dizer a secretária de Estado Maria de Lurdes Craveiro, hoje, no parlamento, durante uma audição da tutela da Cultura na Comissão de Cultura, Comunicação Juventude e Desporto.

Maria de Lurdes Craveiro respondia à deputada socialista Ana Mendes Godinho, que falou num museu “em situação de rutura” e lembrou que “estava pronto a ser lançado um concurso” para contratação trabalhadores quando a ministra da Cultura “iniciou funções”, em abril deste ano, que “voltou inexplicavelmente à estaca zero”.

A secretária de Estado revelou que já foi “enviado ao Ministério das Finanças um pedido para abrir concurso para o Museu do Côa”, e que a tutela aguarda uma resposta “para poder avançar com essa matéria”.

Quando a resposta chegar, o Ministério da Cultura “não esperará um dia” para avançar com a abertura do concurso.

A deputada do PS, eleita pelo distrito da Guarda, do qual faz parte o concelho de Vila Nova de Foz Côa, onde se situa o Museu do Côa, referiu que este equipamento “tem sido transformador daquele território”, e “precisa de ter capacidade de ter trabalhadores suficientes para o desafio que tem pela frente”.

“É fundamental que o concurso avance e é fundamental para o país e para o território”, afirmou.

O Museu do Côa, inaugurado em 2010, integrado no Parque Arqueológico do Vale do Côa, criado em 1996, é gerido pela Fundação Côa Parque.

A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património Mundial pela UNESCO.

O Museu do Côa e o parque arqueológico voltaram este ano a atingir um “número recorde” de 125 mil visitantes, o que representa um aumento de 7,5%, face a 2023, revelou na terça-feira, à agência Lusa, a presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho.

“Em 2023 tivemos 116 mil visitantes”, o que representou um aumento de 7% do número de visitantes. “Este ano registamos um aumento de 7,5%. E dado o número de reservas até ao final do ano, prevemos chegar às cerca de 125 mil visitas ao Museu do Côa e ao parque arqueológico”, em Foz Côa, revelou Aida Carvalho à Lusa.

Por razões de salvaguarda e conservação do ‘santuário’ de arte rupestre, o Parque Arqueológicos do Vale do Côa (PAVC) está limitado a um máximo 15 mil visitantes por ano. Isto faz com que seja no Museu do Côa que haja “espaço para crescer em escala e em número” de visitantes, vincou Aida Carvalho à Lusa.

A Fundação Côa Parque apostou assim, nos últimos anos, em mostras temporárias que têm vindo a mobilizar público, e que em 2025 terão continuidade com “uma grande exposição” dedicada a Nadir Afonso e Amadeo de Souza-Cardoso, prevista para o segundo semestre.

Desde 2022, exposições como “Mapas da Terra e do Tempo”, de Graça Morais, e “Paula Rego – Rutura e Continuidade”, que atingiu o número recorde de 60 mil visitantes em oito meses, têm vindo a mobilizar cada vez mais público para o Museu do Côa. Aida Carvalho destacou ainda as novas descobertas de pinturas pós paleolítico que também têm atraído pessoas.

O museu tem três salas de contextualização e introdução à temática expositiva e quatro salas onde é apresentado o tratamento monográfico da arte rupestre do Vale do Côa. As exposições temporárias, sempre dedicadas a expressões modernas ou contemporâneas, oferecem um contraponto à mostra permanente.

Além disso, é também centro de acolhimento de investigadores, detém a maior biblioteca nacional dedicada à arte rupestre, e os seus Serviços Educativos são pensados quer para o público escolar quer para o público em geral.

O Parque Arqueológico do Vale do Côa detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, o que faz deste local a maior galeria do mundo de arte do Paleolítico Superior.


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