Criada associação para a investigação e valorização do património transfronteiriço

A promoção da investigação científica e a defesa e a valorização do património natural e cultural dos dois lados da fronteira são objetivos de uma associação criada recentemente no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, foi hoje anunciado.

A Ribacvdana – Associação de Fronteira para o Desenvolvimento Comunitário “é fruto da vontade de um conjunto de investigadores que partilham a paixão pela região de fronteira, na qual se inclui particularmente o Vale do Côa”, disse hoje à agência Lusa o seu presidente Carlos d’Abreu.

Segundo o dirigente, a associação é composta por cerca de 30 sócios portugueses, galegos, leoneses e castelhanos e tem como objetivo “a atividade de investigação científica e a promoção da cooperação transfronteiriça, quer seja na investigação, defesa e valorização do património natural e cultural comum aos dois lados da raia, quer na promoção de atividades socioculturais”.

A associação tem sede oficial em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, mas tem um âmbito de atuação ao longo da raia transmontana e beirã, correspondendo às províncias do Estado espanhol de Ourense, León, Zamora, Salamanca e Cáceres.

Carlos d’Abreu acredita que a nova coletividade pode contribuir “para inverter a atual tendência de baixa autoestima das comunidades locais” do território abrangido “através do desenvolvimento de um amplo programa de arqueologia comunitária”.

“A associação tem por fim implementar um Plano de Desenvolvimento Social e Comunitário que, por sua vez, pretende, de uma forma genérica e global, melhorar as condições de vida das populações do território, através da formação profissional no âmbito da cadeia de valor do património, da investigação à receção”, disse.

Segundo o responsável, “surgem assim novos cenários para o envolvimento das comunidades locais em arqueologia, que pretendem enfatizar a sua componente social através do envolvimento dos cidadãos e da relação entre esta e a criação artística contemporânea”.

O plano de ação da associação inclui um projeto de criação artística, a apresentação de uma obra teatral designada “Sabor da Terra”, um espetáculo multidisciplinar com inclusão das comunidades, “no qual os habitantes darão corpo à interpretação, possibilitando o encontro criativo entre atores profissionais e amadores”, revelou o seu presidente.

Prevê ainda a instituição do Plano de Formação e Desenvolvimento Comunitário Novos Desafios que, segundo Carlos d’Abreu, “visa promover contextos de formação aos cidadãos, em especial aos mais desfavorecidos e vulneráveis, proporcionando competências humanas e sociais, a inserção social e o encontro de diferentes gerações, culturas e estratos sociais, através da formação no âmbito das Competências do Património Cultural e Ambiente”.

A associação será apresentada publicamente no sábado, pelas 15h30, na Casa da Freguesia de Escalhão, em Figueira de Castelo Rodrigo.


Conteúdo Recomendado