Covid-19: Vantagem de jogar em “casa” persiste com ausência de público nos estádios segundo um estudo de investigadores do IPG

No estudo, “fica claro como a vantagem de jogar em ‘casa’ (probabilidade da equipa que joga em ‘casa’ ganhar o jogo) tende a persistir mesmo com a ausência de público nos estádios, em resultado da pandemia covid-19”.

Investigadores do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) concluíram que a probabilidade da equipa que joga em “casa” ganhar o jogo “tende a persistir mesmo com a ausência de público nos estádios” de futebol, foi hoje anunciado.

A conclusão é de um grupo de investigadores do IPG, orientado pelo professor Pedro Tiago Esteves, que elaborou um estudo sobre o “Impacto da ausência de público no desempenho dos jogadores e das equipas de arbitragem – Liga NOS (épocas 19/20 e 20/21)”.

No estudo, “fica claro como a vantagem de jogar em ‘casa’ (probabilidade da equipa que joga em ‘casa’ ganhar o jogo) tende a persistir mesmo com a ausência de público nos estádios, em resultado da pandemia covid-19”, referem os investigadores em comunicado hoje enviado à agência Lusa.

“Curiosamente, o desempenho da equipa de arbitragem tende a ser mais influenciado pela ausência de público. Sem a presença de público, a equipa de arbitragem tende a ser mais rigorosa com as equipas que jogam em ‘casa’, ao nível da marcação de faltas, e menos contundente na amostragem de cartões amarelos às equipas que jogam ‘fora’”, lê-se.

Segundo a nota, “a percentagem de pontos ganhos pelas equipas que jogavam em ‘casa’ subiu de 52% (jogos com público) para 57% (jogos sem público)”.

“Não se verificou ainda qualquer impacto da ausência de público ao nível dos golos marcados, golos sofridos e percentagem de posse de bola, tanto nas equipas que jogavam em ‘casa’ como nas que jogavam ‘fora’”, acrescenta o comunicado.

Os autores do estudo referem, ainda, que “um dos resultados mais surpreendentes relaciona-se com o facto da média de faltas averbadas às equipas que jogavam em ‘casa’, por jornada, ter subido de 141 (jogos com público) para 152 (jogos sem público)”.

Em paralelo, “registou-se ainda uma diminuição da média de cartões amarelos exibidos às equipas que jogavam ‘fora’ (25, jogos com público versus 22, jogos sem público)” e “não se verificou qualquer impacto da presença de público na média de amostragem de cartões vermelhos”.

A nota sublinha que o estudo dos investigadores do IPG permite “extrair duas ideias chave”: que “o efeito positivo de jogar em ‘casa’ parece ir muito para além da influência do público” e que “o desempenho da arbitragem tende a ser mais influenciado pela ausência de público do que o das equipas envolvidas no jogo”.

O coordenador do projeto de investigação, Pedro Tiago Esteves, sublinha que o estudo “permite abrir uma janela de conhecimento sobre o impacto das restrições associadas ao surto pandémico covid-19 na performance das equipas, jogadores e árbitros”.

Na opinião do docente do IPG, “este tipo de investigação aplicada permite capacitar os diversos agentes desportivos, como é o caso do ‘staff’ técnico de apoio às equipas e aos árbitros, com informação potencialmente relevante para ser utilizada no processo de treino e, nessa medida, contribuir para um nível de performance mais elevado”.

Para além de Pedro Tiago Esteves, o estudo envolveu a participação de José Araújo, Gonçalo Vieira, Pedro Rodrigues, Tomás Recatia e Daniel Amaral.


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