Os presidentes da Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA), Tomás Martins, e da Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira, Paulo Langrouva, escreveram à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, a propor algumas medidas “pertinentes” para as empresas locais.
Na missiva enviada a Ana Abrunhosa, os responsáveis referem que “a paragem global da economia determina uma sentença, potencialmente fatal, para as micro e pequenas empresas” da região, sem se vislumbrarem “alternativas possíveis”.
“Neste contexto de extraordinária adversidade, vamos, uma vez mais, resistir e reinventar um futuro para os nossos territórios. Mas precisamos de apoio”, escrevem Tomás Martins e Paulo Langrouva, referindo que necessitam que os “indispensáveis instrumentos financeiros que o Governo está a equacionar” para fazer face à atual crise tenham em conta várias preocupações.
No documento enviado à ministra da Coesão Territorial, a que hoje a agência Lusa teve acesso, os responsáveis consideram que “os instrumentos do +CO3SO Emprego Interior devem permitir a manutenção do número de postos de trabalho” e o +C03SO digital preconiza “um instrumento fundamental” para incrementar a comercialização dos bens e serviços pela via digital.
Defendem também uma “linha de apoio financeiro específico até 5.000 euros, por beneficiário, para modernização de equipamentos informáticos das empresas e de até 20 mil euros, por entidade acreditada pela DGERT (Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho), para aquisição de meios informáticos que permitam desenvolver ações de formação/capacitação dos empresários e trabalhadores” e uma linha de apoio financeiro específico para a criação de organizações de produtores e de clubes de fornecedores.
“Taxas de apoio não reembolsável superior a 60% dos investimentos para a generalidade dos setores de atividade económica” e superior a 85% para o setor turístico, bem como uma linha de apoio “com taxa de apoio não reembolsável de 85% para a transformação e comercialização de produtos endógenos”, são outras das propostas das duas associações que têm sede em Trancoso.
A AENEBEIRA integra os concelhos de Trancoso, Aguiar da Beira, Mêda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Pinhel, Almeida, Figueira Castelo Rodrigo (distrito da Guarda), Sernancelhe e Penedono (distrito de Viseu) e a Raia Histórica abrange os municípios de Trancoso, Mêda, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Almeida (distrito da Guarda).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.144 pessoas das 27.679 confirmadas como infetadas, e há 2.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
Para Portugal, o Fundo Monetário Internacional prevê uma recessão de 08% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.