Cooperativa espera boa quantidade e qualidade da castanha dos Soutos da Lapa

A produção da castanha Soutos da Lapa segue maioritariamente para o estrangeiro, ficando uma percentagem inferior em Portugal, “porque também é importante manter a castanha no mercado nacional para a sua valorização”.

O presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira disse hoje que a castanha está com “boa qualidade e quantidade”, apesar de ter calibre inferior, e perspetivou um bom ano comercial.

“Espero uma boa comercialização e que a quantidade seja um bocadinho maior do que em anos anteriores. Tem qualidade, mas num calibre médio mais baixo, ou seja, um tamanho um bocadinho inferior”, disse José Ângelo Pinto.

Nos pontos mais altos, como as serras, “a produção é muito elevada e o calibre é mais pequeno”, acrescentou o responsável pela cooperativa que abrange cerca de uma dúzia de concelhos com a castanha de Denominação de Origem Protegida (DOP) Soutos da Lapa, sendo que “os mais fortes são Penedono, Sernancelhe e Trancoso”.

À agência Lusa, José Ângelo Pinto explicou que “terá a ver com o calor que houve, mas não tanto como deveria ter havido, assim como a falta de água, porque não choveu tanto, ou seja, os dois fatores combinados, falta de calor e de água, terão deixado a castanha mais pequena”.

“No resto do território temos uma produção equivalente à dos últimos dois anos, com boa qualidade e boa quantidade. Estamos muito otimistas, tendo em conta as quantidades que já entraram. E, comparando com anos anteriores, estamos com bom ritmo, porque está a entrar, sensivelmente, o mesmo do que anos anteriores”, contou.

Assim, num ano normal, a cooperativa faz, numa campanha de sete a oito semanas, “à volta das 400 a 450 toneladas” e, este ano, ao final da segunda semana de campanha, estavam contabilizadas “cerca de 80, o que já é razoável”.

Segundo este responsável, a produção da castanha Soutos da Lapa segue maioritariamente para o estrangeiro, ficando uma percentagem inferior em Portugal, “porque também é importante manter a castanha no mercado nacional para a sua valorização”.

“Apesar dos sinais serem muito bons, no sentido de ter vendas de maior valor acrescentado, porque quanto mais para o estrangeiro for, maior é o valor acrescentado, ainda é cedo para dizer, mas a minha perspetiva aponta para cerca de 80% das vendas para o mercado internacional”, calculou.

José Ângelo Pinto disse que, em 2020, “cerca de 65% da castanha foi vendida para o estrangeiro”.

Em 2019, “cerca de 95% foi para o estrangeiro”, referiu ainda.

“O ano passado, o grande problema da castanha foi a comercialização, por causa da covid, porque a ausência de assadores nas grandes cidades europeias prejudica bastante a nossa campanha, porque as nossas variedades da DOP são muito procuradas pelos assadores”, justificou.

Este ano, “para já, não há sinal nenhum de que não vai haver assadores nas ruas, em algumas cidades até já há” e, por isso, “estão reunidas as condições para ter uma boa campanha do ponto de vista comercial”.

A Cooperativa Agrícola de Penela da Beira tem como “principais destinos” da castanha Soutos da Lapa a Europa, com “França, Suíça, Áustria e Itália como os países que consomem bastante e um pouco menos na Alemanha”.

“Depois, a América do Norte, principalmente o mercado da diáspora portuguesa, assim como o Canadá e também o Brasil.


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