Álvaro Amaro considerou que as organizações de caçadores deveriam estar responsáveis pela “formação profissional, renovação de documentos e a emissão de licenças de caça”, garantindo assim uma “desburocratização” do sistema.
“O Estado nada faz. Só absorve dividendos”, disse à agência Lusa o dirigente, sublinhando que a transferência deveria ocorrer através de “um sistema de contratualização com o Estado”.
Para Álvaro Amaro, o papel do Estado no setor “é fraco”: “Não incentiva e não coopera, salvo boas exceções”, cobrando “um volume de taxas avultado”, sem que ofereça contrapartidas aos caçadores, considerou.
No entanto, o presidente da CNCP e presidente da Câmara da Guarda (PSD) observou que “algum bom caminho foi desbravado”, nomeadamente no projeto “SOS Coelho”, que junta Estado, Universidade do Porto e organizações de caçadores e em que se procura combater a doença hemorrágica viral que afeta o coelho bravo em Portugal.
Segundo Álvaro Amaro, também se avançou no processo de renovação dos livretes de caça e na obtenção da licença de uso e porte de arma.
O dirigente repudiou ainda as declarações do presidente da Federação Portuguesa da Caça (FENCAÇA), Jacinto Nunes Pinto que, na quinta-feira, considerou o atual Governo o pior dos “últimos 25 anos” e afirmou temer que, caso a coligação PSD/CDS vença as próximas legislativas, a caça em Portugal acabe.
Álvaro Amaro referiu que as palavras de Jacinto Nunes Pinto são uma forma de se fazer “campanha política” num momento pré-eleitoral, utilizando “os caçadores como armas de arremesso”.
“Não é correto”, concluiu.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da FENCAÇA mostrou-se “admirado” com as críticas de Álvaro Amaro, recordando que a organização que lidera “é a única entidade representativa dos caçadores em que o presidente é um simples cidadão, sem partido político”.
“Álvaro Amaro é um político de profissão e, além de ser um político, vem em defesa do Governo, porque é do PSD. Já o meu partido é a caça”, frisou, afirmando que diz “bem ou mal deste Governo ou do que vem a seguir”, independentemente do partido.
De acordo com os dirigentes, a CNCP representa cerca de 70 mil caçadores e a FENCAÇA entre 70 e 80 mil.