Combustível low cost deve ser mais caro que o dos hipermercados

Os combustíveis simples que todos os postos de abastecimento vão ter de vender a partir de meados de abril, conforme obriga a nova lei aprovada em janeiro deste ano, podem não ser tão baratos como os combustíveis que são vendidos nos hipermercados.

A estimativa é do responsável da Deco para a área da energia, Vítor Machado, que considera que os preços “dos combustíveis simples deverão oscilar entre os dos hipermercados e os normais, mas vão estar mais próximos dos combustíveis normais”.

Hoje, os combustíveis nos super e nos hipermercados custam entre 8 a 12 cêntimos menos que os normais, ou seja, que a gasolina 95 e o gasóleo que se vende numa Galp, BP, Repsol ou Cepsa.

A justificar esta realidade está a o facto de os preços serem definidos pelas marcas e não pela nova legislação, não por falha, mas porque não podem.

É que o mercado de venda de combustíveis está liberalizado e, por isso, os preços não poderiam nunca ser fixados pelo Governo. Logo, a opção foi que a lei obrigasse vender estes combustíveis simples que, à partida, são mais baratos porque não têm aditivos.

É, aliás, por isso mesmo, que o Governo acredita que os preços serão mais baixos, mas pode não ser bem assim.

Combustível simples não é mesmo que low cost

A nova lei obriga a vender combustível simples e não low cost, aliás, para todos os agentes deste mercado não existe sequer combustível low cost.

Segundo a Autoridade da Concorrência, existem combustíveis simples, que são não aditivados e por isso mais baratos e existem depois as bombas dos hipermercados que prestam um serviço low cost porque não têm empregados próprios ou lojas e, por isso, têm margem para vender os combustíveis mais baratos.

Contudo, serem mais baratos não significa que sejam não aditivados. Aliás, na maior parte das situações não são e até já postos que vendem combustíveis premium com preços mais baixos, como é o caso do Pingo Doce que tem uma parceria com a Prio.


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