O Projeto Entre Serras (PES) surgiu em 2017 e desde então tem juntado artistas e agentes locais, associações, museus e municípios com o objetivo de discutir interações entre os humanos e o restante mundo vivo, a paisagem e, em particular, os territórios de montanha.
Anualmente têm vindo a ser realizados ‘workshops’, residências artísticas e outras ações que combinam a arte e a ruralidade.
Até 2025, o PES organiza três seminários, um em Portugal, em Castelo Branco (Fábrica da Criatividade), entre os dias 19 e 22 de julho, um em França e outro em Espanha.
Segundo Fábio Ramalho, responsável pela Fábrica da Criatividade, em julho, o seminário vai servir de encontro de todos os parceiros do projeto “que vêm partilhar a informação daquilo que se tem feito nos territórios”.
O evento engloba mostras de vários trabalhos, residências artísticas e pretende ainda refletir sobre a paisagem, o seu património natural e o turismo sustentável.
Envolve ainda como coordenadores o município de Castelo Branco, que integrou, em 2023, o PÉS, o Instituto Politécnico de Lisboa, a Escola Superior d’ Arte dÁix-en-Provence, e a rede Aldeias do Xisto, entre outros parceiros.
O seminário inclui quatro mesas temáticas que vão ser intervaladas por momentos informais de convívio entre oradores e público, estimulando-se a partilha de ideias e reflexão sobre os vários temas em discussão.
Durante a apresentação do evento, que decorreu hoje na Fábrica da Criatividade, em Castelo Branco, João Abreu, do Instituto Politécnico de Lisboa, realçou a importância da ligação entre públicos e paisagem e entre público e território.
“Para nós sempre foi muito importante o olhar dos artistas. Sempre tiveram a capacidade de olhar de uma maneira diferente e fazer novas leituras e reflexões”, disse.
Já Carlos Casteleira, o coordenador do projeto, explicou que o foco inicial passa por convidar artistas para virem interagir com o território e transformar essa interação, de uma forma simbólica, numa produção artística, um produto.
“Em 2022, candidatámos o PES e fomos contemplados pelo Europa Criativa”, indicou.
Por seu turno, Andreia Gonçalves, da Aldeias do Xisto, referiu que estão associados ao PES desde o seu início, em 2017 e, ao longo dos anos, tem desenvolvido várias ações.
“A paisagem é um dos elementos mais marcantes do território”, frisou.
Por último, o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, lembrou que “temos o terceiro maior concelho do Continente” em área, “onde existe uma extraordinária diversidade”.
“Temos território, diversidade e paisagens. A arte pode ser um aspeto de valorização do território e promover o turismo”, sustentou.