De acordo com o Rating Municipal Português (RMP), Lisboa, Porto e Oeiras foram, em termos globais, os municípios mais sustentáveis do país em 2018 e Celorico da Beira, Góis e Alijó os menos sustentáveis.
Em declarações à agência Lusa, o autarca de Celorico da Beira, no distrito da Guarda, mostra-se “muito” preocupado com os resultados do estudo.
“Preocupa-nos muito. Sabemos que estes estudos e análises dependem sempre muito da perspetiva com que se analisam os pressupostos. Sabemos de alguma subjetividade que, porventura, existe, mas isso não deixa que fiquemos muito preocupados, porque estamos referidos pela pior razão”, justificou.
Segundo Carlos Ascensão, o município de Celorico da Beira ocupa uma posição no estudo que não quer “de modo algum ocupar”, o que leva o executivo a ter “uma responsabilidade muito maior e um trabalho muito maior e fazer tudo para que este ‘ranking’ seja alterado”.
Sublinhou ainda que o estudo hoje conhecido “vale o que vale, mas não deixa de ter valor e não deixa de ser um referencial” para a autarquia, que tira duas conclusões.
“Infelizmente, vem ao encontro daquilo que sabíamos que era uma herança que nós tínhamos que era pesada, que é uma situação que vem de todo um contexto de um conjunto de anos em que a gestão foi má. E isso leva-nos a constatar isso de uma forma preocupante”, referiu.
Acrescentou que o resultado do estudo poderá ser “a consequência de muitas iniciativas, de más decisões e outras coisas mais graves que acontecerem ao longo dos anos na gestão da Câmara de Celorico da Beira”.
Por outro lado, admite que “também é o resultado daquilo que tem sido o tratamento discriminatório, pela negativa, relativamente ao Interior, no que diz respeito ao poder central, em que as assimetrias, o fosso entre o Litoral e o Interior – concelhos pequenos e concelhos maiores – é cada vez maior”.
Para o autarca, o RMP levará o município de Celorico da Beira a trabalhar para inverter a situação: “Tem de haver muito rigor e muito critério em todas as opções e decisões tomadas”.
Os municípios de pequena dimensão são os que têm pior desempenho em termos de sustentabilidade, enquanto os de grande e média dimensão são globalmente mais sustentáveis, segundo os resultados de um ‘ranking’ integrado a apresentar hoje em Lisboa.
O RMP, apresentado pela primeira vez e com o apoio da Ordem dos Economistas, é um modelo integrado de avaliação dos 308 municípios em 25 indicadores ponderados, reunidos em quatro dimensões principais: ‘governance’, serviços ao cidadão, desenvolvimento económico e social, e sustentabilidade financeira.