No final da reunião do executivo, na última segunda-feira, Álvaro Amaro deixou entender que a autarquia não tinha outra alternativa.
«Quando chegámos à Câmara, a empresa ameaçava parar o serviço dos transportes urbanos e escolares e exigia pagamentos porque havia uma dívida acumulada. Nós negociámos essa dívida com a concessionária e garantimos pagamentos, mas tivemos que nos sujeitar ao aumento das tarifas e à redução de carreiras», declarou o presidente aos jornalistas. Em 2013, o município chegou a dever cerca de 800 mil euros à Transdev, um valor que baixou «significativamente» no ano transato, adiantou o edil, que pede «compreensão» aos utentes face a estas mudanças. Álvaro Amaro acrescentou também que a supressão de carreiras, mais sentida aos fins de semana, foi tomada tendo em conta as conclusões de um estudo de frequência, em que se verificaram taxas de utilização «muito fracas».
O que também está a desagradar aos passageiros dos transportes urbanos da Guarda são as novas tarifas. Desde 1 de janeiro que um bilhete simples custa 1 euro em vez de 85 cêntimos, o passe mensal subiu de 20 para 23 euros e o pré-comprado de 10 bilhetes fica a 7,50 euros, ou seja, a 75 cêntimos a unidade. O anterior era de 20 bilhetes e cada um ficava a 49 cêntimos. Estes valores «não me parecem exagerados tendo em conta a necessidade de gerir a coisa pública», admitiu Álvaro Amaro, para quem a Câmara da Guarda «viveu anos sucessivos acima das duas possibilidades e empurrou “com a barriga” os problemas que temos agora que resolver». Entretanto, o presidente anunciou que a concessão dos transportes públicos e escolares vai ser posta a concurso ainda este ano, o que deverá acontecer «neste semestre» após um estudo de viabilidade da rede.