Câmara da Guarda participa negócio da Quinta da Maúnça ao Ministério Público

O presidente da Câmara da Guarda anunciou hoje que vai remeter para o Ministério Público (MP) o negócio da compra da Quinta da Maúnça, pelo executivo PS, por a auditoria às contas da autarquia ter levantado dúvidas.

A auditoria externa às contas da autarquia da Guarda, apresentada em abril deste ano, anunciou um passivo total de cerca de 91 milhões de euros e revelou que, em 2013, no âmbito da aquisição da Quinta da Maúnça, onde funciona um espaço educativo florestal, foi feito um pagamento a uma entidade que já não existia. Face às dúvidas que o negócio levanta, o executivo municipal liderado por Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP), decidiu remeter o assunto para o MP, anunciou hoje o autarca na reunião da Assembleia Municipal, onde o assunto foi abordado. “O que me dizem é que face ao que está ali escrito, o melhor é remeter o assunto ao MP. Eu não ando à procura de ilícitos de ordem criminal, ou do que quer que seja, nem à procura de ninguém, nem de nada, eu quero é defender o interesse do município”, esclareceu. O autarca disse à agência Lusa que é preciso “esclarecer” os contornos do negócio e “que seja analisado se foi salvaguardado o interesse público, neste caso, o interesse do município”. “O que está na auditoria já é suficientemente claro em relação às dúvidas que nos levanta a todos, de modo que o melhor é pedirmos às entidades que esclareçam também, desde o tempo da aquisição até aos pagamentos que foram feitos, porque um foi feito muito recentemente a uma empresa que segundo diz a auditoria, já está dissolvida no portal do Ministério da Justiça há uns anos”, adiantou. Álvaro Amaro já leu “que [o pagamento em causa] é correto e é legal”, mas afirma que não é “especialista na matéria”. Por isso, considera “importante que as autoridades esclareçam” o assunto. Também anunciou que a autarquia vai fazer uma auditoria específica às obras realizadas no âmbito do Programa Polis, lembrando que no seguimento da auditora global às contas do município “os próprios eleitos do PS querem que haja esse esclarecimento sobre aquilo que aconteceu”. A auditoria servirá para esclarecer onde estão as “disfunções” e “aquelas situações em que parece não coincidirem os registos com as dotações”, concluiu.


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