“Estão todos em casa. Três ainda estão de baixa. Ao mais velho já lhe foi dada alta, mas ainda não começou a trabalhar e dificilmente este ano começa a trabalhar”, disse hoje à agência Lusa António Fontes, presidente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra.
Os quatro voluntários, que na altura do acidente tinham 20, 22, 47 e 62 anos, sofreram queimaduras no dia 29 de agosto de 2013, durante o combate a um incêndio florestal, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.
Os feridos foram assistidos no local e na unidade de saúde básica de Vila Nova de Foz Côa e posteriormente estiveram internados nos hospitais de Coimbra, do Porto e da Guarda.
O dirigente referiu que “a recuperação física e mental” dos bombeiros está a ser “muito lenta e longa”.
Adiantou que o segundo bombeiro com mais idade está ter uma recuperação “mais lenta e anda a fazer fisioterapia e existe alguma perspetiva de ser novamente operado” a uma mão, mas os restantes “já acabaram os tratamentos”.
António Fontes referiu que os quatro bombeiros que estão ausentes por motivos de saúde, fazem “muita falta” na corporação, que tem atualmente cerca de 40 homens no quadro ativo.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, Hugo Rocha, disse à Lusa que na corporação “toda a gente faz falta e nestes meios mais pequenos nota-se mais essa ausência”.
“A minha vontade era que eles voltassem, mas não sei se vão voltar depois da baixa [por doença]. Só mais tarde é que se pode analisar a situação”, disse, revelando que, “para já, todos eles expressam vontade em continuar” na corporação.
Na ausência dos quatro voluntários que costumavam participar em tarefas diárias, são os outros camaradas “que têm que se sacrificar mais um pouco”, reconheceu o comandante.
Hugo Rocha disse ainda que a direção e o comando estão a acompanhar a evolução da situação dos quatro “soldados da paz”.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra foi criada em 03 de julho de 2007, sucedendo à Secção Destacada dos Bombeiros de Gonçalo.
Ocupa um edifício sem condições de trabalho, cedido pela paróquia, e a direção aguarda por financiamento comunitário para poder construir um novo quartel.
O problema das instalações já foi apontado por um relatório elaborado em julho de 2006 pela Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, após a morte de seis bombeiros (cinco sapadores chilenos e um voluntário local da então Secção Destacada dos Bombeiros Voluntários de Gonçalo) num incêndio florestal ocorrido na freguesia.