A candidata presidencial Maria de Belém Roseira disse ontem, na Guarda, que está a fazer uma campanha “sóbria” e sem preparar cenários para grandes mobilizações, que “normalmente têm a máquina partidária por trás”.
“Agora todos sabemos que há cenarizações que se preparam e que todos os candidatos que conseguem fazer essas grandes mobilizações normalmente têm por trás quem os ajuda a fazer isso”, afirmou a antiga presidente do PS aos jornalistas, depois de questionada sobre outras campanhas que têm conseguido mobilizar milhares de pessoas como, por exemplo, em almoços e jantares.
Entre os maiores jantares e almoços, que aconteceram em Viseu, Santo Tirso e Fafe, a candidatura de Maria de Belém juntou à volta de três centenas de apoiantes em cada um.
A sua campanha, acrescentou, é “sóbria”, “centrada na coerência das linhas de orientação programática”, está a privilegiar o “contacto pessoal” e a “mostrar os problemas que existem” no país.
“Todos sabemos, 30 ou 40 anos depois deste exercício democrático, que muitas vezes os ajuntamentos de centenas e de milhares significam muitas vezes máquinas por trás que fazem a junção de pessoas”, frisou.
Porque há, sustentou, “essa capacidade de ir buscar pessoas a outros sítios para fazer o cenário”.
“Não estou a avaliar ninguém porque não tenho visto as campanhas dos outros, porque tenho chegado muito tarde, e estou preocupada é com a minha campanha”, garantiu ainda aos jornalistas durante uma visita à Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados (Cercig) da Guarda.
A ex-ministra das pastas da Saúde e da Igualdade dos governos de António Guterres afirmou, ainda, que quer “dar voz a quem não tem voz” e frisou que o passado e o currículo dos candidatos contam.
“Mas, independentemente do que se faz e do que se diz, é preciso olhar para o candidato mais atrás. Saber o que ele fez ao longo da vida, com o que é que ele se comprometeu, a que causas aderiu, onde é que estava quando houve os problemas, onde estava quando era necessário fazer alguma coisa e atuar”, afirmou.
Nesta passagem pela Cercig, Belém quis homenagear estas instituições e as cooperativas de país que se juntaram para fazer face a um “problema gravíssimo” que há umas décadas estava escondido.
Depois, a candidata presidencial passou ainda pelo Instituto Politécnico desta cidade, onde reuniu com a direção e visitou laboratórios para conhecer a investigação que aqui se faz.
Antes de chegar à Guarda, Maria de Belém esteve em Bragança, onde visitou também o Instituto Politécnico e uma fábrica de produção de enchidos, num dia inteiramente dedicado ao interior do país.
Belém diz apostar em campanha sóbria, sem preparar cenários
Na Guarda visitou a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados (Cercig) e o Politécnico da Guarda.