Gustavo Duarte aproveitou a presença de vários membros do Governo, entre os quais a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e da comissária europeia Elisa Ferreira, que se associaram à homenagem ao antigo primeiro-ministro, António Guterres, que hoje decorreu no Museu do Côa (MC), para relembrar uma antiga pretensão das populações do Douro.
“Esta ligação é fundamental para este território e a própria Comissão Europeia está disposta a financiar este projeto”, vincou o autarca.
Segundo Gustavo Duarte, há um estudo da Comissão Europeia que indica que há 300 ligações ferroviárias transfronteiriça existentes na Europa e a linha do Douro está ” nas 20 ou 30 com mais potencial”.
O responsável autárquico enfatizou que “só falta vontade dos governos de Portugal e Espanha para que esta obra seja uma realidade”.
“Os territórios espanhóis de Salamanca, Zamora, Burgos ou Valladolid têm um grande potencial de turistas que é preciso atrair a este território, sendo, por isso, esta via-férrea de vital importância para ajudar no desenvolvimento económico do Douro e faria duplicar o número de visitantes ao Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa “, indicou Gustavo Duarte.
Questionada pela Lusa sobre esta pretensão dos autarcas do Douro, a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa disse que em primeiro lugar é preciso saber se Portugal e Espanha querem esta ligação ferroviária.
“O que verificámos inicialmente é que do lado de Espanha o projeto não teria a mesma prioridade que do lado português. Contudo, esta vontade conjunta [em levar o projeto por diante] está finalmente a acontecer e estamos a desenhar uma estratégia ibérica para dinamizar este tipo de operações transfronteiriças”, vincou a governante.
Ana Abrunhosa indicou que esta ligação ferroviária transfronteiriça “é de grande valor para a cooperação entre Portugal e Espanha, para assim promover o desenvolvimento deste território de fronteira “.
Este troço de via-férrea que segue as margens do rio Douro na antiga linha que fazia a ligação entre as estações do Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’ Alva (Figueira de Castelo Rodrigo) insere-se num traçado de cerca de 30 quilómetros por entre túneis e pontes que está ao “abandono”.
O troço de linha que liga a Estação do Pocinho a Barca de Alva foi construído em 1887, foi uma das grandes obras de engenharia ferroviária da Península Ibérica e funcionou quase um século, tendo encerrado em 1985.