“Não há nenhum problema de descoordenação no que diz respeito a essa operação”, disse a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia do 71.º aniversário da Polícia Judiciária (PJ).
Esta garantia foi subscrita pelo diretor nacional da PJ, Almeida Rodrigues, pelo Comandante Operacional da GNR, Rui Moura, e pela secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, que sublinhou terem sido acionados, desde o início deste caso, “mecanismos de articulação e cooperação”.
“Essa articulação é real, concreta e diária”, assegurou Helena Fazenda, a propósito da operação para localizar e deter o suspeito e fugitivo Pedro Dias.
Antes, a ministra da Justiça disse que os portugueses “confiam” nas “polícias que têm” e sublinhou a “grande delicadeza” da operação em curso, tanto mais que já se perderam vidas humanas.
“Infelizmente isto não é o ‘reality show’, nem pode ser tratado como tal”, contrapôs Francisca Van Dunem, dizendo ser preciso dar “espaço para que as polícias trabalhem”, sem que se estejam a “criar fatores laterais” ou “ideias de que há problemas de coordenação”.
A ministra manifestou a “inteira confiança” do Governo “na capacidade e na efetiva articulação que existe” entre quem tem a responsabilidade da investigação e as forças de segurança. Disse ainda que a coordenação está a ser feita a vários níveis, envolvendo a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna.
O diretor nacional da PJ disse que Portugal é o quinto país mais seguro do mundo, que os portugueses não estão habituados a crimes com a gravidade do que foi cometido em Aguiar da Beira, e que um dos objetivos primordiais da operação é garantir a “segurança das populações”, tarefa que está a cargo das várias valências da GNR.
O outro objetivo é “localizar e prender o suspeito”, prosseguiu Almeida Rodrigues, admitindo que se trata de “um caso complexo e difícil, inserido num meio muito aberto, com variadíssimos esconderijos, e com um suspeito com um perfil psicológico”, que obriga os investigadores e as forças de segurança a “determinadas cautelas”.
Quanto à alegada descoordenação da operação, críticas que vieram a lume no Diário de Notícias, o diretor nacional da PJ disse respeitar todas as opiniões, mas contrapôs que existe “perfeita cooperação” e esperança em alcançar “resultados, o mais breve possível”.
“O objetivo último é localizar e prender o suspeito”, insistiu Almeida Rodrigues, admitindo que há maiores dificuldades em fazer o trabalho, quando há “uma grande exposição mediática”.
Por seu lado, Rui Moura salientou que a “missão fundamental” da GNR é garantir a segurança e a tranquilidade das populações, afiançando que, desde o primeiro dia, tem havido toda a “articulação e colaboração” com a PJ para capturar o autor dos crimes.
O homem procurado é suspeito de matar um militar e um civil, em Aguiar da Beira, distrito da Guarda, além de ter causado ferimentos a outras duas pessoas, uma delas também militar da GNR, e tem sido procurado pela GNR e pela Polícia Judiciária desde o dia 11, data dos primeiros acontecimentos.
Na fuga, o homem terá sido já localizado em Arouca, distrito de Aveiro, de onde será natural, e na zona de São Pedro do Sul.
No domingo, uma patrulha da GNR também terá localizado o suspeito, em Vila Real, mas o homem consegiu novamente fugir.
Na segunda-feira, ao final da tarde, junto à aldeia de Carro Queimado, foi encontrada a viatura que terá roubado em Arouca.
Nesta localidade, o homem terá sequestrado duas pessoas, causando-lhes igualmente alguns ferimentos.